Continua após publicidade

Quantidade de espermatozoides nos homens vem reduzindo, diz estudo

A pesquisa analisou dados de 57 mil indivíduos, de 53 países, ao longo dos anos. Ainda não se sabe qual a causa por trás disso

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 24 nov 2022, 14h15 - Publicado em 24 nov 2022, 14h15

Diferentemente da mulher, as causas de infertilidade masculina em geral se relacionam à manutenção de hábitos nocivos à saúde. Durante uma análise sobre a fertilidade humana, pesquisadores de diversos países descobriram que o ambiente e o estilo de vida modernos podem, inclusive, ter a capacidade de declinar a contagem de espermatozoides dos homens.

A meta-análise (publicada em 15 de novembro na revista Human Reproduction Update e liderada pelo professor Hagai Levine, da Universidade Hebraica de Jerusalém) revisou 223 estudos com base em amostras de sêmen de 1973 a 2018, totalizando mais de 57 mil homens, de 53 países.

A pesquisa complementa resultados obtidos em 2017. Os dados atuais revelam que homens da América do Sul, Ásia e África também apresentam declínio significativo na concentração de gametas masculinos, fenômeno antes observado em pacientes da América do Norte, Europa e Austrália.

“Estamos vendo um declínio mundial significativo na contagem de espermatozoides. Mais de 50% nos últimos 46 anos, uma redução que se acelerou de tempos para cá”, comentou o professor Levine em nota à universidade. Os cientistas também descobriram que, além de afetar a fertilidade, isso pode ter ligação com o desenvolvimento de anomalias no sistema reprodutor masculino.

Continua após a publicidade

“O preocupante declínio em mais de 1% a cada ano, conforme relatado em nosso artigo, é consistente com outros resultados que avaliam câncer testicular, interrupção hormonal e defeitos congênitos genitais. Isso claramente não pode continuar sem controle”, afirmou Shanna Swan, pesquisadora da Escola de Medicina Icahn em Mount Sinai, Nova York.

Pais tentam fertilizar esperma do filho inconsciente, mas juiz nega pedido
(ADragan/Getty Images)

O estudo não identificou as causas exatas do declínio na contagem de espermatozoides. No entanto, de acordo com Levine, o estilo de vida e o uso exagerado de produtos químicos no ambiente afetam cada vez mais o desenvolvimento fetal, e distúrbios na formação do trato reprodutivo ainda dentro do útero podem comprometer a fertilidade ao longo da vida, além de levar a disfunções reprodutivas.  

“O tempo está se esgotando. Temos um problema sério em mãos que, se não for mitigado, pode ameaçar a sobrevivência da humanidade. Pedimos urgentemente uma ação global para promover ambientes mais saudáveis ​​para todas as espécies e reduzir as exposições e comportamentos que ameaçam nossa saúde reprodutiva”, alertou o professor.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

oferta

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.