Quando devo voltar a tomar a pílula anticoncepcional após o parto?
Entenda qual tipo é recomendado para que a pílula não prejudique o aleitamento materno do bebê.
Após ter um filho, retomar a vida sexual envolve diferentes questões entre o casal, como o método contraceptivo que eles vão usar, caso o desejo seja de não embarcar em uma segunda gestação, especialmente se o organismo da mulher ainda não estiver pronto para ela. Entre as opções, a pílula anticoncepcional pode ser a escolhida por ser o método usado anteriormente ou de fácil acesso. Entretanto, é preciso cuidado na hora de trazê-la de volta à rotina.
Sobre o momento de voltar a tomá-la, Mário Macoto Kondo, chefe do departamento de Obstetrícia do Hospital e Maternidade Santa Joana, explica: “É recomendado o início da pílula anticoncepcional quando a mulher termina o puerpério, ou seja, 40 dias após o parto”. Esse período é também conhecido como quarentena, intervalo que os médicos indicam que o casal não tenha relações sexuais para que o organismo da mulher possa cicatrizar, em especial o útero.
Escolhendo o tipo ideal
Já na hora de escolher o tipo de pílula, é preciso atenção pela sua influência no aleitamento materno. “As pílulas combinadas, que têm estrogênio e progesterona, devem ser retomadas só depois que a mulher parar de amamentar o bebê. Já as de progesterona podem ser retomadas a qualquer momento”, explica Flávia Torelli, médica ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana da Huntington Medicina Reprodutiva. Mário esclarece que a pílula com estrogênio não é recomendada porque ela pode inibir ou até mesmo mudar a qualidade do leite materno.
Ainda segundo o obstetra, os comprimidos apenas com progesterona são chamados de minipílula tradicional. E eles agem diretamente no muco cervical presente no colo do útero, impedindo que o espermatozóide passe pela região e seja fecundado, resultando em uma segunda gestação. Ele ainda pontua que as minipílulas modernas também inibem a ovulação.
Amamentação é anticoncepcional?
Só que falar de pílula anticoncepcional durante o período de aleitamento materno pode soar estranho para algumas mulheres que já ouviram sobre ser impossível engravidar enquanto amamenta. Só que isso não é 100% garantido.
“O aleitamento materno pode ser um método de anticoncepção, já que ele bloqueia o ciclo menstrual. Mas tem que ser um aleitamento regrado, não pode pular horário, dar complemento, ou mamadeira no meio caminho. Porque é esse estímulo constante das mamas que faz a alteração do eixo hormonal que não deixa a mulher ovular e menstruar”.
Assim, Flávia pontua que essa opção pode ser cogitada apenas até os seis meses do bebê, período em que acontece o aleitamento materno é exclusivo. Entretanto, os médicos são enfáticos: desde que as mamadas sejam regradas, inclusive nas madrugadas. Caso contrário, é importante que a prevenção de uma segunda gravidez tenha outro método contraceptivo envolvido.