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Pais proíbem que bebê receba sangue de pessoas vacinadas contra Covid

Na Nova Zelândia, casal antivacina seguia atrasando a cirurgia urgente do filho. Autoridades locais assumiram a custódia da criança

Por Carla Leonardi
Atualizado em 8 dez 2022, 15h03 - Publicado em 8 dez 2022, 14h09
Na foto, duas mãos com luvas cirúrgicas brancas seguram uma bolsa de sangue usada para doação e transfusão. A imagem ao fundo está desfocada.
 (JarekJoepera/Getty Images)
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Mais um caso de adeptos ao movimento antivax tem chamado a atenção pelo mundo: pais de um bebê de seis meses, na Nova Zelândia, proibiram que o filho fosse submetido a uma cirurgia necessária sob a alegação de que ele estaria sujeito a receber sangue de doadores vacinados contra a Covid-19. Isso porque os bancos de doação do país não fazem distinção em relação a imunizados ou não contra a doença.

O pequeno nasceu com um quadro grave de Estenose Pulmonar Valvar (EPV) – quando a válvula pulmonar é muito estreita e o sangue não consegue fluir de forma adequada entre coração e pulmão – e precisa passar pela operação em caráter de urgência. Apesar disso, o casal se recusa a seguir os protocolos do sistema de saúde.

A mãe da criança alega que a família deseja um “sangue seguro”. Entre as conspirações antivacina, acredita-se que imunizantes que usam RNA mensageiro (como os da Pfizer e da Moderna) podem modificar o DNA das pessoas, levando a doenças, inclusive àquela que deveria combater, entre outras supostas questões nunca confirmadas.

O problema é que, como não existe essa separação entre os doadores de sangue, e o Estado atesta que os imunizantes não trazem riscos, a cirurgia continuava a ser adiada, já que os pais permaneceram irredutíveis.

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imagem de um laboratório. Na foto, é possível ver um microscópio ao fundo. Aparecem braços e mãos, com luvas azuis, segurando um tubo de sangue e escrevendo algo nele.
(Jovanmandic/Thinkstock/Getty Images)

Tribunal assume guarda temporária da criança

Na semana passada, o serviço público de saúde entrou com uma ação pela guarda temporária do bebê, para que a cirurgia possa ser realizada. No último dia 7, o Tribunal Superior de Auckland deu a custódia às autoridades como guarda temporária da criança, que vem sendo chamada de “Baby W”.

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“Ele continua precisando urgentemente da operação e, a cada dia que segue adiada, o coração dele é comprometido”, dizia a decisão, citando um dos médicos responsáveis. Agora, o bebê será mantido sob tutela médica do Tribunal até a recuperação da cirurgia, o que deve acontecer até o fim de Janeiro. Enquanto isso, os pais permanecem como tutores “para todos os outros propósitos”, como foi dito em comunicado.

Após o anúncio da decisão, a advogada que representa o casal, Sue Grey, também adepta ao movimento antivax, postou em seu perfil no Facebook que os dois pretendem, agora, priorizar o tempo com o bebê de forma pacífica até a cirurgia, apoiando-o no procedimento.

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