Mulher não consegue engravidar e descobre que passou por laqueadura
A justificativa foi o risco à vida da mãe, mas ela não foi consultada e nem sequer avisada sobre o procedimento

Aos 42 anos, Silvane Alves e Fábio Rodrigues, de Rondônia, planejavam ter o segundo filho quando se depararam com a dificuldade para engravidar. A questão chamou a atenção, já que o bebê do casal tem apenas 10 meses e a concepção do pequeno, que havia acontecido há pouco tempo, se deu sem problemas relacionados à infertilidade.
Os dois, saudáveis, resolveram investigar se algo poderia ter ocorrido durante o parto. Foi aí que descobriram uma laqueadura abusiva – na última folha do prontuário de Silvane, estava relatado que o médico responsável pela cesariana retirou as fímbrias de suas tubas uterinas, um procedimento difícil de ser revertido e que leva à impossibilidade de engravidar.

Desrespeito à paciente
Segundo Silvane, a justificativa médica foi um suposto risco à sua saúde, já que ela deu entrada no hospital com pressão alta. Porém, nem ela nem o marido foram consultados ou sequer avisados sobre a laqueadura.
“Ele não deveria ter feito isso. Para laquear tem que passar por psicólogo e avisar 60 dias antes. Eu estou quase com depressão. E me sinto invadida. Ele passou por cima de tudo”, disse Silvane em entrevista ao Universa. “Tomamos um susto quando olhamos o prontuário. (…) Agora, para ter a nossa filha, temos de fazer fertilização in vitro. Custa R$ 30 mil cada tentativa”, acrescentou.
O caso, que aconteceu na Maternidade Municipal de Ji-Paraná, foi denunciado à Polícia Civil, à Justiça do estado e ao Conselho Regional de Medicina de Rondônia, o Cremero. O médico responsável ainda não quis se pronunciar.