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Limites de idade para uma gravidez segura

O médico Mauricio Chehin, do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva, esclarece questões cruciais para auxiliá-la a realizar o sonho da maternidade.

Por Dr. Maurício Chehin
Atualizado em 28 nov 2016, 18h19 - Publicado em 18 fev 2015, 16h15

Ao contrário do que muitos imaginam, os óvulos não são produzidos constantemente pelos ovários. Todas as células reprodutivas que a mulher libera durante a menstruação já estão estocadas em seu organismo quando ela nasce. Na puberdade, estima-se que uma adolescente tenha em torno de 400 mil óvulos. Parece uma quantidade promissora, no entanto, para cada óvulo maduro liberado centenas são perdidos. Nesse ritmo, ao chegar aos 50 anos, é bem provável que sua reserva ovariana já esteja esgotada.

Em termos gerais, até o começo dos 35 anos a mulher tem grande chance de engravidar com os próprios óvulos. A partir dessa idade, a reserva ovariana vai se esgotando com maior rapidez. Assim, dos 36 aos 40 anos, as chances são de 40%. Dos 41 aos 44 anos, apenas 20%, e dos 45 aos 50 anos algo em torno de 10%. Acima dos 50 anos, as chances são quase impossíveis, somente cerca de 1% das mulheres consegue engravidar com óvulos próprios. Essas estatísticas são variáveis, não garantindo que mulheres com mais de 45 anos, por exemplo, ainda possam apresentar alguma possibilidade de engravidar a não ser por óvulos doados.

Em 2013, o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou normas quanto à reprodução assistida no Brasil. De acordo com essa resolução, mulheres com mais de 50 anos não estão autorizadas a tentar diretamente um tratamento para engravidar. A medida certamente não teve o propósito de se intrometer nas decisões das mulheres nessa faixa etária. O desejo de ser mãe pode ser muito forte em uma mulher, havendo casos em que algumas delas levaram a cabo essa decisão, mesmo sabendo de suas limitações físicas. Por isso, a regra é, antes de tudo, uma forma de protegê-la, bem como o bebê que geraria, uma vez que a gestação nessa idade pode resultar em grandes complicações aos dois.

Ainda assim, se for comprovado que o organismo da mulher está saudável o suficiente para suportar uma gestação aos 50 anos de idade, o CFM permite que ela vá em frente com o tratamento. As normas de 2013 mostram apenas uma preocupação em entender o que é responsável e ético no que concerne a medicina reprodutiva. Diante dessas preocupações, é evidente como as mulheres de nosso tempo precisam, cada vez mais, planejar a gravidez. Para tanto, já existem programas interessantes como o check up da fertilidade, que faz uma série de eficientes exames para avaliar os potenciais reprodutivos da paciente e, então, estimar uma previsão do tempo ou das técnicas que ela pode se valer para engravidar com segurança e sem sustos.

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