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Febre amarela em São Paulo: tudo o que você precisa saber

O sinal de alerta acendeu quando o vírus foi encontrado em macacos na capital paulista. Saiba quem precisa se vacinar!

Por Chloé Pinheiro
31 out 2017, 17h55
 (Antonio_Diaz/Thinkstock/Getty Images)
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Nos últimos 15 dias, três macacos foram encontrados mortos em parques da Zona Norte de São Paulo e diagnosticados com febre amarela. A notícia motivou o fechamento de 15 parques e a prefeitura da capital paulista começou no dia 21 de outubro uma campanha de vacinação que já imunizou mais de 400 mil pessoas que vivem na região.

A preocupação é justificada, mas não há motivo para pânico. “Trata-se da versão silvestre da doença, que ocorre porque as fêmeas dos mosquitos que a transmitem, do gênero Haemagogus e Sabethes, picam os macacos que vivem na copa das árvores. Mas esses mosquitos não ficam em regiões urbanas, só na mata”, explica Rosana Richtmann, infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo.

Além disso, o vírus não passa dos macacos para humanos. É preciso que alguém seja picado por esses mosquitos em lugares onde o vírus esteja circulando para que ele chegue à cidade. A partir daí, seu vetor vira o Aedes aegypti, o mesmo por trás da dengue, do zika e da chicungunya. Por isso mesmo a circulação nos parques foi vetada por enquanto.

Preciso vacinar meus filhos?

Se você mora na Zona Norte, sim. Bebês a partir dos nove meses já devem tomar a vacina, que é contraindicada em gestantes, mulheres que amamentam bebês com menos de seis meses e pessoas com o sistema imune prejudicado. Caso, por exemplo, de quem está fazendo tratamento contra o câncer ou toma remédios imunossupressores.

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Para esse grupo, a recomendação é usar repelente e vestir calças e blusas de manga comprida quando estiver ao ar livre, assim como o uso de mosquiteiros no berço e no carrinho de bebês que ainda não foram vacinados. Pessoas que se vacinaram há menos de dez dias – o tempo médio que leva para o corpo desenvolver a imunidade contra o vírus – também devem tomar essas medidas.

Vale lembrar que a vacina é dose única, então quem já tomou uma vez não precisa tomar de novo. Também permanece a indicação de sempre: para pessoas acima dos nove meses de vida que morem ou viajem para as áreas de risco, que são todos os estados do Norte e o Centro-Oeste, além de parte das regiões Nordeste, Sul e Sudeste.

A imunização está sendo disponibilizada nas 37 Unidades Básicas de Saúde da região, que funcionam em horário ampliado, das 7 às 19h. Veja a lista completa com os endereços aqui.

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É possível que haja uma epidemia?

“Não dá para dizer que não há risco, mas não está acontecendo agora e as medidas para evitar que algo do tipo aconteça já estão sendo tomadas”, tranquiliza Rosana. A febre amarela urbana não é registrada no Brasil desde 1942.  Mesmo assim, entre dezembro de 2016 e junho de 2017 houve uma volta da doença nas áreas rurais que assustou os especialistas. Foram 777 casos confirmados e 261 mortes em decorrência da doença – situação já controlada.

Para garantir, o Ministério da Saúde anunciou em setembro que, a partir de 2018, a vacina contra a febre amarela será incluída no calendário nacional de vacinação para bebês a partir dos nove meses. E a prefeitura de São Paulo, mesmo antes dos primeiros casos, já havia vacinado pouco mais de 35 mil pessoas que vivem perto do Parque da Cantareira, também na Zona Norte. Nos últimos dias, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou também que houve nebulização e outras ações para combater o mosquito transmissor em si.

“Ninguém precisa sair correndo para vacinar, mas ela é extremamente segura e eficaz e o vírus está chegando cada vez mais perto da gente, então creio que em breve essa indicação será estendida para toda a população”, completa Rosana.

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