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Exame do cotonete na gravidez: para que serve e quando fazer

O teste para detectar a presença da bactéria Streptococcus do grupo B pode salvar a vida do recém-nascido. Entenda!

Por Carla Leonardi
19 dez 2023, 11h15

Você já ouviu falar no chamado teste do cotonete que se faz durante a gestação? Trata-se de um exame importante para detectar ou não a presença de Streptococcus do grupo B – bactéria que, em algumas mulheres, coloniza o trato intestinal e urinário, mesmo sem causar nenhuma enfermidade.

“O grande problema é que, durante o trabalho de parto, essas bactérias podem colonizar o recém-nascido, levando a um quadro infeccioso grave”, alerta o ginecologista e obstetra Leonardo Valladão, da clínica Parto Com Amor. A transmissão do Streptococcus entre mãe e bebê pode se dar na passagem dele pelo canal vaginal ou mesmo antes, logo depois do rompimento da bolsa.

É importante destacar que nem todo bebê contaminado vai, necessariamente, desenvolver uma infecção (o que pode acontecer nas primeiras 24 horas ou tardiamente, levando a quadros como meningite e sepse). Trata-se, na verdade, de uma minoria. Ainda assim, prevenir a contaminação é essencial.

Quando fazer o exame do cotonete?

O médico explica que esse teste deve ser realizado entre a 35ª e a 37ª semanas de gravidez em qualquer laboratório comum. “A mulher pode fazer onde já está habituada. Em alguns casos, a coleta também pode ser feita no consultório do obstetra”, diz Leonardo. Segundo ele, não há um preparo específico para esse tipo de exame, embora alguns laboratórios orientem, por exemplo, a não tomar banho antes da coleta. “Como é uma bactéria que coloniza o trato genital, não é a higienização que vai gerar um falso negativo”, pontua.

Mesmo assim, vale consultar as orientações de preparo do local onde você vai agendar o teste.

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placa de cultura de bactérias senso segurada por uma mão com luva azul. A placa de bactéria tem pontinhas cor de rosa.
(jarun011/Thinkstock/Getty Images)

Como é o teste do cotonete na gravidez

“É um exame desconfortável”, pondera o especialista. “A paciente fica em posição ginecológica e um cotonete [swab] é introduzido no reto, através do ânus, e outro na vagina, para coleta do material. Depois, eles são inseridos em um recipiente específico com cultura de crescimento bacteriano e, após alguns dias, o resultado é liberado”, detalha.

Apesar de incômodo, o teste do cotonete é importante, afinal, ele pode salvar a vida do bebê.

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O que acontece quando o resultado é positivo?

“Uma vez que o resultado do exame é positivo, a mulher deve, durante o trabalho de parto, receber antibiótico endovenoso (pela veia) a cada quatro horas, desde o início ou desde o rompimento da bolsa, até o momento do nascimento”, diz Leonardo Valladão.

Mas e se a mulher entra em trabalho de parto sem ter realizado o exame? Se isso acontece, logo que dá entrada na unidade de saúde, é feita a coleta e, enquanto se aguarda o resultado, é seguido o mesmo protocolo: antibiótico endovenoso a cada quatro horas até o resultado negativo ou até o nascimento do bebê, caso o resultado saia positivo.

Leonardo Valladão finaliza explicando que, se o bebê for nascer por cesárea agendada, mesmo que o teste prévio tenha dado positivo, não é preciso fazer a administração do antibiótico. Entretanto, ainda que esse seja o plano da grávida e do obstetra, vale fazer o exame para evitar problemas no caso de um trabalho de parto antes do previsto.

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