Estudo aponta relação entre desenvolvimento de embrião e perda gestacional

Pesquisa usou tecnologia de ponta, em 3D, para acompanhar o crescimento dentro do útero

Por Carla Leonardi
29 mar 2023, 16h30
Desvende o Mistério: Descubra se é Menina ou Menino sem Ultrassom
Desvende o Mistério: Descubra se é Menina ou Menino sem Ultrassom (YakobchukOlena/Getty Images)
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Um novo estudo desenvolvido nos Países Baixos e publicado na Human Reproduction, uma das mais importantes publicações sobre medicina reprodutiva do mundo, apontou que embriões que terminam em perda gestacional demoram mais para se desenvolver do que embriões de gestações que resultam em nascidos vivos.

Os cientistas puderam acompanhar de que forma se dá o desenvolvimento dentro do útero com tecnologias de ponta. Usando ultrassom transvaginal 3D de alta resolução e técnicas de realidade virtual, eles conseguiram criar hologramas em três dimensões do embrião, o que possibilitou a observação completa do crescimento (braços e pernas, tamanho do cérebro, curvatura, entre outros).

O líder do estudo, dr. Melek Rousian, que é ginecologista e pesquisador na Universidade Medical Center, em Rotterdan, afirmou que quanto mais tempo o embrião demora para se desenvolver, mais provável é a perda gestacional. “Nós descobrimos que nas primeiras dez semanas de gravidez, embriões que culminaram em aborto levaram quatro dias a mais para se desenvolver do que os bebês que completaram a gestação”, afirmou.

Embrião no útero na 8ª semana de gestação. Imagem criada a partir de ultrassom 3D e tecnologia de realidade virtual. Em um fundo preto, é possível ver um formato que se assemelha a um bebê em formação, branco e cinza, muito pequeno.
Embrião no útero na 8ª semana de gestação. Imagem criada a partir de ultrassom 3D e tecnologia de realidade virtual (EurekAlert! /M. Rousian/Reprodução)

Descobertas iniciais

A pesquisa acompanhou 611 mulheres grávidas, estudadas entre a 7ª e a 11ª semanas de gestação, das quais 33 terminaram em perda. O que se observou é que os casos de interrupção da gestação estavam ligados a um menor volume embrionário e a um menor comprimento cabeça-nádegas (CNN).

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“No futuro, essa possibilidade de observar o tamanho e o desenvolvimento do embrião poderá ser usada para estimar a probabilidade de que a gravidez siga até o nascimento de um bebê saudável. Isso permitirá aos profissionais de saúde o aconselhamento de mulheres e parceiros sobre o que se espera e a identificação precoce de uma perda gestacional. Isso seria útil especialmente para casais que já passaram por perdas anteriores”, apontou o estudioso.

A análise genética não foi possível na pesquisa, o que seria útil para avaliar se havia alteração cromossômica nos casos de perda. Novos estudos serão necessários para complementar as informações e as descobertas sobre o assunto.

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