Com as idas e vindas sobre a possibilidade de retorno às aulas e a flexibilização do isolamento social no Brasil, é preciso atenção redobrada às medidas de prevenção contra o coronavírus.
No final de agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que não indicava o uso de máscaras para crianças menores de cinco anos, apenas em situações de necessidade clara. Entretanto, como lembra o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, as orientações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria continuam a ser do uso do acessório, com restrições apenas para crianças menores de dois anos.
Para este grupo impossibilitado de usar as máscaras por risco de sufocamento, o face shield (ou “escudo facial”, em tradução livre) acaba tornando-se uma saída para protegê-lo de gotículas contaminadas que venham em sua direção. “Ele é comparado com o óculos de proteção e não como substituição da máscara. Entretanto, sabemos que crianças menores de dois anos não podem usá-la e, por isso, o face shield vem sendo uma opção para eles”, detalha a pediatra Andressa Tannure, membro da SBP e especialista em Suporte de Vida em Pediatria pelo Instituto Sírio-Libanês.
Máscara ou escudo facial: qual é o melhor?
Andressa ressalta que, até o momento, os poucos estudos que existem sobre a análise da proteção facial não fazem um comparativo entre ela e a máscara caseira, porque o ideal seria usá-las em conjunto para segurança maior. Entretanto, o escudo acaba sendo uma possibilidade viável para os menores de dois anos, inclusive por incomodá-los menos, já que fica preso ao entorno da sua cabeça e não diretamente no rosto.
O escudo facial também é uma recomendação para recém-nascidos dentro da maternidade. “Se ele vai realizar algum exame, como radiografia ou de sangue, e precisa circular pelo hospital, a recomendação é que se utilize o face shield”, detalha a pediatra.
É preciso higienizar corretamente
Fique atento também ao tipo de material que o escudo foi confeccionado. Andressa ressalta que o mais indicado é o de acetato, pois a eficácia de proteção é comprovada e indicada pelas organizações de saúde.
Também é preciso cuidado ao manusear o item após usá-lo na criança. Como é feito com a máscara, Nelson indica que os pais retirem a proteção por cima, com destreza para que ela não encoste nas vias respiratórias ou nos olhos dos filhos.
Para higienizá-los, as orientações variam. Nelson indica primeiro borrifar álcool 70% e depois lavar o utensílio com água e sabão. “O sabão mata o vírus porque desestabiliza sua membrana”, explica o pediatra. Andressa aconselha também o uso de hipoclorito de sódio dependendo do material do acessório, seguindo as recomendações de diluição do fabricante. Na hora de usar a proteção novamente na criança, é importante que ela esteja completamente seca.
Mesmo com os cuidados de limpeza e a eficácia da proteção facial, é importante ter em mente que crianças menores tendem a explorar o mundo com as mãos, podendo tocar na máscara pelo lado de fora e levá-las até a boca sem os pais perceberem. Por isso, a medida mais eficiente para protegê-las do coronavírus continua a ser ficar em casa, ambiente seguro e limpo para que elas possam brincar tranquilamente.