De acordo com dados coletados entre 2020 e 2021 pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), e analisados pelo Observa Infância, projeto que tem parceria com a Fiocruz, 1.439 crianças abaixo dos cinco anos morreram em decorrência da Covid-19 no período em questão. Os números passaram por revisão do Ministério da Saúde, bem como das secretarias estaduais de saúde, revelando uma média de dois óbitos por dia.
Segundo a análise, publicada pela Folha de S. Paulo, as mortes tiveram a infecção pelo coronavírus como causa direta ou contribuinte (quando um quadro de doença anterior é piorado pela Covid-19). Além disso, entre todas as regiões do país, o Nordeste apresentou as taxas mais altas, respondendo por 43,9% dos casos fatais.
Não são apenas taxas
O número de óbitos infantis representa apenas 0,22% do total de mortes pelo coronavírus no Brasil, mas a baixa porcentagem pode camuflar a dor de quase 1.500 famílias que sofrem até o hoje o luto da perda de suas crianças, o que não é, de forma alguma, insignificante.
Já em 2022, até 11 de junho, ocorreram pelo menos 291 mortes abaixo dos cinco anos, o que resulta em uma média de 1,8 por dia – revelando que a situação não mudou muito desde o início da pandemia. Um fator que pode ser responsável por essa manutenção das taxas é a vacinação contra a Covid-19 que ainda não foi iniciada para essa faixa etária no território brasileiro.
Nos Estados Unidos, a imunização de zero a cinco anos começou no dia 21 de junho com a liberação para uso emergencial das vacinas da Moderna e da Pfizer. No Brasil, ainda não se sabe quais imunizantes serão autorizados nem quando a ampliação para os pequenos vai acontecer.