O daltonismo é uma alteração visual que faz com que a pessoa tenha dificuldade ou até incapacidade de reconhecer e distinguir algumas cores. O nome popular foi dado em homenagem a John Dalton, primeiro pesquisador que identificou a condição em 1789, cuja nomenclatura científica é discromatopsia.
Embora possa ser originada por traumas oculares, a maior parte dos casos é de causa genética, portanto, é possível identificar o problema durante a infância. Vale lembrar, porém, que até por volta dos três anos de idade é comum que as crianças se confundam com as cores, pois ainda estão aprendendo a reconhecê-las e nomeá-las. Conforme crescem, pais e educadores já conseguem observar alguns sinais de que algo não vai tão bem.
“É mais fácil percebermos quando elas colorem um desenho com cores pouco usuais, como uma árvore roxa ou um céu rosa. Não ter interesse ou não gostar de brincadeiras nas quais as cores são importantes também são sinais”, afirma dr. Hallim Féres Neto, oftalmologista membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Meninos daltônicos são mais frequentes
Em todo o mundo, há cerca de 300 milhões de pessoas com daltonismo. A estimativa é de que um em cada 12 homens e uma em cada 200 mulheres apresentem o problema originado por uma anomalia nos cones, que são células especiais da retina.
De acordo com o especialista, a questão está ligada a um gene recessivo do cromossomo X, o que faz com que os meninos sejam mais suscetíveis a ela – daí a disparidade tão grande dos números. Também por isso é comum que haja mais de um caso de daltonismo na mesma família.
Desconfio que meu filho é daltônico. O que fazer?
Se você notar que a criança está com dificuldades para identificar algumas cores, vale observar e até propor alguns desenhos com lápis de cor para ver de que forma ela colore. É possível levar essa dúvida ao próprio pediatra, que poderá testá-la ou até encaminhá-la a um oftalmologista.
“Geralmente, os meus pacientes já vêm com um ‘diagnóstico’ de casa, pois os pais percebem os desenhos de cores ‘esquisitas’ ou, em crianças mais velhas, uma dificuldade em escolher as roupas ou até em alguns trabalhos na escola. Na avaliação oftalmológica ou mesmo na consulta pediátrica, se há desconfiança por parte da família, pode ser realizado um teste de visão de cores”, alerta dr. Hallim.
Uma vez confirmado o daltonismo, é importante que a escola do pequeno seja comunicada, já que, embora não haja prejuízos no desenvolvimento dele, dificuldades pontuais podem surgir. Em atividades que requerem o reconhecimento de cores – desde os primeiros anos pré-escolares até os seguintes – é possível que o aluno seja prejudicado se os professores não tiverem pleno conhecimento do problema.
Nesses casos, basta adaptar a atividade para cores que ele reconheça, por exemplo, e identificar canetinhas e lápis por escrito, assim que o estudante aprender a ler. Além disso, hoje em dia existem óculos especiais que melhoram o contraste, “mas não curam o daltonismo”, alerta o oftalmologista. Ainda assim, ele garante que crianças daltônicas podem levar uma vida normal.