Brotoeja em bebê e criança: por que ela aparece e como tratar
As bolinhas insistem em surgir na pele do seu filho? Entenda as causas e saiba como resolver o problema
É comum notar brotoejas em crianças, sobretudo em bebês pequenos. A maioria dos casos tende a ser resolvida em casa mesmo. Já em situações mais raras, as bolinhas na pele podem se tornar uma porta de entrada para infecções, que exigirão tratamento médico. Para ajudar você a entender melhor a questão, conversamos com o pediatra Jandrei Markus, presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que explicou tudo sobre o assunto.
O que é brotoeja?
“Também chamadas de miliárias, as brotoejas são mais comuns em crianças, embora adultos possam apresentar”, diz o médico. Aparecem quando há uma obstrução na saída das glândulas que servem para a excreção do suor. Como nas crianças e, principalmente, nos bebês, elas são muito pequenas, é mais fácil que isso ocorra. As bolinhas acabam surgindo em regiões que costumam ter mais glândulas, daí a prevalência no rosto e no pescoço.
Brotoeja de calor
Como a brotoeja é uma consequência do suor, que não consegue sair por conta de obstruções nas glândulas, ela é, sim, comum quando a criança é submetida a temperaturas mais altas – o que não quer dizer que só ocorra em locais quentes ou somente no verão. “Pode acontecer nas regiões mais frias, quando a família agasalha demais o bebê. Isso acaba provocando um aumento da sudorese, o que faz com que surjam as lesões características da brotoeja”, explica Markus.
Tipos de brotoeja
De acordo com o pediatra e dermatologista, o tipo mais comum de brotoeja é a chamada miliária cristalina. “É quando existe a obstrução do ducto e o suor se acumula. Ele acaba rompendo na epiderme e na derme superficial, que são as camadas mais externas da pele. Isso forma a aparência de uma bolinha de água bem transparente e pequena. Muitas vezes, passa até despercebida”, descreve.
Caso a obstrução seja mais permanente e a criança siga submetida a temperaturas altas ou ao agasalhamento excessivo, é possível que haja uma piora. A transpiração continua impedida de sair, e a pele ao redor vai ficando um pouco vermelha. “É o que as pessoas, de fato, conhecem como brotoeja e o que identificamos como brotoeja rubra”, conta o médico. “Se a situação persistir ou se ocorrer uma infecção secundária [quando a pequena destruição da epiderme é suficiente para que uma bactéria entre e promova uma contaminação], ela é classificada como miliária pustulosa”, diferencia.
Como tratar brotoeja em bebês e crianças?
Quando são tomadas as medidas iniciais rapidamente, a lesão desaparece sozinha, logo na sequência, diz o especialista. Então, o ideal, ao notar as brotoejas, é tirar um pouco das blusas, dar um banho (que não precisa ser com sabonete, necessariamente) e refrescar a criança. “Só com isso a brotoeja na forma cristalina ou rubra pode sumir em algumas horas”, afirma.
“No entanto, nos casos em que começa a haver pústula, ou seja, infecção, o ideal é buscar ajuda médica, já que, algumas vezes, é necessário tratar até com antibiótico para resolver o processo ocasionado pela obstrução intensa das glândulas e pela infecção secundária”, reforça.
Tratamento caseiro para brotoeja funciona?
Quando o pequeno está com brotoeja, há sempre alguém sugerindo banhos com amido de milho, chá de camomila ou aveia na água. Será que isso tem algum efeito? Markus explica que a prática pode trazer algum alívio, sim. “De certa forma, são hidratantes e oferecem uma melhora na transpiração da pele. Ajudam o bebê a se sentir mais confortável”, diz ele. Outro produto recomendado é o talco líquido, que, segundo o médico, também pode promover essa ação refrescante. “Mas o mais importante é reduzir a vestimenta da criança”, reforça.