Que a doação de sangue é um ato de solidariedade, já sabemos. Mas em um período de transformações do corpo tão intensas como acontece em uma gestação, será que vale a pena pensar no assunto?
Conversamos com especialistas e respondemos à questão: será que grávidas podem doar sangue? Confira!
Doação de sangue: só depois da amamentação…
“As grávidas não podem doar sangue. Isto porque, durante a gravidez, a paciente sofrerá um aumento da parte líquida do sangue – chamada de plasma – e do número de hemácias. Assim, este processo de ampliação da volemia (quantidade de sangue que circula no corpo) servirá para suprir as necessidades da gestante e do bebê que está se formando.
Portanto, não faz muito sentido você, no decurso de uma gestação, retirar da grávida uma série de substâncias (como ferro, vitaminas e sais minerais) que vão ser requisitados durante a gravidez e que são importantes para o desenvolvimento do bebê e da placenta.
Por isso mesmo, a recomendação atual é que a doação de sangue só seja permitida três meses após o parto normal e seis meses após a cesariana – visto que, normalmente, no parto cirúrgico, a paciente apresenta um sangramento mais importante e precisará de um tempo maior para se recuperar.
O mesmo raciocínio vale, ainda, para as pacientes que estão amamentando. O metabolismo durante o aleitamento fica mais acelerado do que durante a própria gestação, justamente devido à produção do leite. Assim, também não faz sentido você retirar da gestante todos os nutrientes importantes para uma boa produção do alimento, que vão acarretar na melhor saúde do bebê”, explica Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pelos hospitais Santa Casa, Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre, e membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).