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BEBÊ RESPONDE: A partir de quando a criança pode usar perfume?

Colônia é melhor? Pode causar alergia? Produtos para bebês são mesmo seguros? Veja as respostas para essas e outras perguntas!

Por Carla Leonardi
4 dez 2022, 10h00

Sentir-se cheiroso é mesmo uma delícia. Por isso, nós, adultos, em geral adoramos usar perfumes e colônias para completar a sensação de frescor depois de um bom banho. E gostamos tanto que, às vezes, temos até vontade de proporcionar o mesmo aos pequenos. Mas será que crianças podem usar fragrâncias dessa forma?

Para responder as dúvidas sobre o assunto, consultamos Brianna Nicolletti, alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo. Confira a seguir!

“Evitar que as colônias e os perfumes entrem em contato com a pele sensível de crianças e bebês é um dos melhores conselhos, mas, se for usar, é fundamental que a colônia não tenha álcool e que seja hipoalergênica. Para se assegurar em relação é isso, a orientação é ler bem a embalagem para se certificar de que a lista de ingredientes não contém nenhum dos 26 aromas considerados alergênicos pelo Comitê Científico da Comunidade Europeia, além de checar a partir de qual idade o laboratório responsável recomenda o uso.

Entre esses ingredientes, encontram-se as substâncias puras, como mentol, terpineol, acetato de linalil, cânfora, vanilina e derivados de geraniol (gerânio e acetato de geranil), e os extratos naturais, como óleo de ylang-ylang (de flor de Cananga odorata), óleo de canela (de casca de canela zeylanicum) e óleo de lavanda (de flor de Lavandula officinalis).

O que é melhor para crianças: colônia ou perfume?

As colônias, em média, têm de 10% a 12% de concentração de fragrância e são indicadas para usar no dia a dia, pois fixam por até seis horas na pele. Já os perfumes apresentam de 15% a 20% de fragrância e, consequentemente, garantem maior fixação, de até 10 horas. No caso da pele de bebês e crianças, é melhor sempre dar preferência às colônias.

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Por geralmente ter um cheiro mais forte, o perfume é recomendado apenas a partir dos dois anos de idade, pois é quando os bebês desenvolvem uma maior resistência aos fatores externos. Ainda assim, em casos de alergia, é muito importante suspender o uso imediatamente e procurar um especialista.

Mãe e filha, ambas de pele negra. A mãe está beijando a bochecha esquerda da menina, que tem por volta de um ano. A menina olha para cima e sorri com a boca aberta. O fundo da foto é laranja.
(Igor Alecsander/Getty Images)

Quais são os riscos de alergia?

Usar um produto não recomendado para a pele do bebê traz um risco considerável para as alergias de contato. A dermatite de contato (ou eczema de contato) é uma reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Cabe destacar que existem dois tipos de dermatite de contato: a irritativa e a alérgica.

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A irritativa é causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes, detergentes e solventes. Pode aparecer na primeira vez em que entramos em contato com o agente causador, o que ocorre com um grande número de pessoas. As lesões da pele geralmente são restritas ao local do contato.

Já a alérgica surge após repetidas exposições a um produto ou substância. Depende de ações do sistema de defesa do organismo e, por esse motivo, pode demorar para ocorrer após o contato inicial. Essa forma de dermatite de contato aparece, em geral, pelo uso diário ou frequente de produtos como perfumes, cremes hidratantes, esmaltes de unha e medicamentos de uso tópico, tintura de cabelo, entre outros. As lesões acometem o local de contato com a pele, podendo se estender à distância.

Independentemente da causa (alérgica ou irritativa), os principais sintomas são:
– Vermelhidão⁠
– Coceira e/ou comichão⁠
– Dor⁠
– Secura, a ponto de descascar e descamar⁠
– Pele espessa, às vezes com rachaduras⁠
– Eventualmente, bolhas

É importante lembrar que, mesmo produtos específicos para bebês, que têm menos risco de irritação ou alergia, podem gerar reações em pequenos com pele sensível.

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Dicas de uso em crianças e bebês

  • Convém ter cuidado na hora de aplicar o produto. Evite colocar colônia, perfume ou fragrância diretamente sobre a pele ou cabelo do bebê. Perfume, por exemplo, a roupa que ele vai vestir.
  • Escolha o cheirinho do seu bebê com critério. É fundamental que a colônia não tenha álcool e que seja hipoalergênica. Leia bem a embalagem para se assegurar de que a lista de ingredientes não contém alguns dos 26 aromas considerados alergênicos pelo Comitê Científico da Comunidade Europeia.
  • Leve em conta a estação do ano. Em épocas de calor, prefira aromas florais ou perfumes com cheiro de frutas.
  • Procure alternativas. Os cremes hidratantes formulados especificamente para crianças e bebês são boas opções para perfumar sem agredir o PH natural da pele.
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