Puerpério: mitos e verdades sobre período pós-parto
Estendendo-se até a sexta ou oitava semana após o parto, fase é marcada por instabilidade emocional e exige novos cuidados
Também chamado de quarentena ou resguardo, o puerpério compreende o período de readaptação do organismo materno após o parto. Ele geralmente se estende até a sexta ou oitava semana depois do nascimento do bebê
Nesta fase delicada, as mães encaram um novo cenário. É hora de aprender a conviver com um filho e se reconectar com a sua própria individualidade. Mas, não para por aí. As mulheres enfrentam diversas alterações fisiológicas e psicológicas, que podem acarretar fadiga, ansiedade e mudanças de humor.
O que sabemos sobre o puerpério
Quando o assunto é puerpério, existem muitas crenças que não são condizentes com a realidade. Conseguir identificar o que é verídico, portanto, é fundamental para tornar esse momento mais leve.
Há sangramentos vaginais durante o puerpério?
Verdade. Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças para acomodar o bebê. Após o parto, o útero precisa se contrair para retornar ao seu tamanho original.
Isso promove um sangramento vaginal chamado de loquiação, que essencial para a cicatrização do órgão. Essas contrações também podem ocasionar dores semelhantes às cólicas, especialmente no primeiro mês.
Podem ocorrer escapes de urina?
Verdade. No puerpério, podem ocorrer escapes de urina, devido ao enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico. Embora seja comum, essa incontinência urinária exige acompanhamento médico.
É melhor evitar relações sexuais?
Verdade. Após o parto normal, a penetração pode ocasionar desconfortos e inflamações. Já no caso das cesáreas, ela pode causar ferimentos na incisão abdominal e infecções. Portanto, é indicado esperar pelo menos 40 dias para ter uma relação sexual.
É normal ter redução da libido na quarentena?
Verdade. Com a retirada da placenta, há uma queda dos hormônios, que reduz a libido e a lubrificação vaginal. Além disso, a nova rotina tende a deixar o sexo em segundo plano. Portanto, é comum não sentir desejo sexual nessa fase.
A mulher pode engravidar enquanto estiver amamentando?
Verdade. Durante a amamentação, a prolactina interfere na ovulação, dificultando a ocorrência de uma gravidez. Embora sejam pequenas, as chances não são nulas. Portanto, utilizar métodos contraceptivos eficazes segue sendo uma recomendação.
Nesse período, não se pode praticar atividades físicas?
Mito. As atividades físicas podem ser aliadas para o bem-estar no puerpério. Cerca de 15 dias após o parto normal, já é possível praticar exercícios leves, como caminhadas, yoga, e alongamentos. Para cesáreas, é preciso esperar no mínimo 30 dias. Em ambos os casos, é importante contar com acompanhamento profissional.
- A mulher não pode lavar o cabelo durante o puerpério?
Mito. Lavar o cabelo após o parto não traz nenhum risco para a saúde da mulher nem interfere no sangramento vaginal. Pelo contrário, manter uma rotina de higiene pessoal adequada é fundamental nessa fase.
Amamentar favorece a queda das mamas?
Mito. A amamentação, por si só, não impulsiona a queda das mamas. Esse processo é fruto tanto de predisposições genéticas quanto da quantidade de gestações que a mulher teve, já que o esticamento recorrente da pele pode proporcionar flacidez.
Amamentar ajuda a mulher a emagrecer?
Verdade. Embora não seja uma regra, o aleitamento regular pode colaborar para a perda do peso acumulado na gravidez. Estudos demonstram que uma mulher que amamenta diariamente costuma produzir cerca de 750ml de leite por dia. Para isso, são gastas em média 640 calorias.
O puerpério é um momento feliz para todas as mulheres?
Mito. Mesmo quando a gravidez é muito esperada, o puerpério pode não ser um momento alegre. Afinal, trata-se de uma fase de transformação que provoca instabilidade emocional.
As alterações hormonais, a exaustão, os abalos de autoestima e as dúvidas acerca da própria capacidade de cuidar de um bebê costumam favorecer a tristeza e o isolamento.
Construindo uma rede de apoio
Embora os desafios do puerpério sejam únicos, há algo que é unanimidade: a importância de uma rede de apoio. A avalanche de emoções, associada aos hormônios e às novas responsabilidades, exige espaço para compartilhar inseguranças e receber amparo.
Neste sentido, o diálogo entre o casal é essencial. Conversar com outras mães, que já passaram ou estão passando por uma situação semelhante, também pode ajudar.