Parto prematuro: o que é normal, o que exige atenção e como cuidar do bebê
Guia completo para lidar e entender mais sobre as necessidades e seguranças de um parto prematuro

O nascimento antes da hora ainda é uma realidade frequente no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, um bebê morre a cada 30 segundos no país em razão de complicações ligadas à prematuridade. Apesar dos avanços médicos que aumentaram as chances de sobrevivência dos prematuros, o tema continua cercado de dúvidas. Entender o que caracteriza um parto prematuro, quais os sinais de alerta e os cuidados após o nascimento é essencial para garantir segurança à mãe e ao bebê.
O que é um parto prematuro
A gestação completa dura entre 37 e 42 semanas. Quando o bebê nasce antes da 37ª semana, esse parto é considerado prematuro. Os nascimentos são classificados em três grupos: prematuros extremos (antes de 28 semanas), prematuros moderados (entre 28 e 33 semanas) e prematuros tardios (entre 34 semanas e 36 semanas e 6 dias).
Quanto mais cedo o nascimento, maiores são os riscos de complicações. Isso porque o corpo do bebê ainda está em formação — pulmões, cérebro e outros órgãos não completaram seu desenvolvimento, o que exige cuidados médicos imediatos para garantir a sobrevivência e reduzir sequelas.
Fatores que aumentam o risco de parto prematuro
A prematuridade pode ocorrer por diferentes motivos. Entre os mais comuns estão:
- Gravidez múltipla (gêmeos, trigêmeos)
- Hipertensão na gestação
- Diabetes gestacional
- Infecções (urinárias, vaginais ou uterinas)
- Ruptura precoce da bolsa amniótica
- Malformações uterinas
- Histórico de partos prematuros anteriores
A idade da gestante também pode influenciar: mulheres muito jovens ou com mais de 35 anos têm maior probabilidade de enfrentar complicações. O estresse crônico, tabagismo e uso de álcool ou drogas também são fatores que elevam os riscos.
Como prevenir a prematuridade
A melhor forma de evitar um parto prematuro é seguir um pré-natal cuidadoso desde as primeiras semanas. Consultas regulares, exames de rotina e acompanhamento contínuo ajudam a identificar precocemente qualquer alteração no desenvolvimento do bebê ou na saúde da gestante.
Em casos em que há risco elevado, o médico pode recomendar internação em uma Unidade de Terapia Semi-Intensiva. Nesses locais, a gestante é monitorada por uma equipe multidisciplinar que acompanha em tempo real a evolução da gravidez. Quando necessário, são administrados medicamentos para fortalecer os pulmões do bebê e conter contrações antes da hora.
Diferente do que se imagina, o repouso domiciliar nem sempre é o mais seguro. Embora pareça mais confortável, ele não permite o monitoramento contínuo. A hospitalização oferece melhores condições para adiar o parto e garantir que o bebê permaneça mais tempo no útero — ambiente ideal para o seu desenvolvimento.
Cuidados após o nascimento
Quando o parto prematuro acontece, a prioridade é estabilizar o bebê. Em geral, é necessário manter a temperatura corporal e oferecer suporte respiratório. Os recém-nascidos prematuros podem apresentar dificuldades para respirar, problemas cardíacos, infecções e dificuldades para se alimentar sozinhos.
Esses bebês costumam ficar em UTIs Neonatais, onde recebem cuidados específicos até estarem prontos para ir para casa. O tempo de internação varia conforme a idade gestacional e o estado de saúde do bebê.
O papel do método canguru
Um dos recursos mais eficazes para o cuidado de bebês prematuros é o método canguru, que consiste no contato direto pele a pele entre o recém-nascido e os pais. Esse contato reduz o estresse, ajuda na regulação da temperatura corporal, melhora a frequência cardíaca e respiratória do bebê, e fortalece o vínculo afetivo.
Além disso, o método canguru estimula o aleitamento materno e tem impacto positivo no ganho de peso e no desenvolvimento neurológico. Por isso, é adotado em diversas maternidades como parte do protocolo de cuidado neonatal.
A importância da informação
A prematuridade pode assustar, mas entender os sinais, os fatores de risco e os recursos disponíveis para apoio faz toda a diferença. Saber o que esperar, buscar um acompanhamento médico adequado e estar preparado para os cuidados com o bebê prematuro contribui para reduzir riscos e garantir uma recuperação mais tranquila.