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O que fazer para ter sucesso na amamentação

Fique por dentro das dicas preciosas dos experts para acertar no momento de nutrir seu pequeno.

Por Adriana Toledo (colaboradora)
Atualizado em 20 jul 2017, 20h53 - Publicado em 22 Maio 2015, 13h16

A comunidade médica e os veículos de comunicação cumprem, com excelência, seu papel de divulgar o coro da Organização Mundial de Saúde em prol do aleitamento materno exclusivo, por livre demanda, até os seis meses de vida da criança. Infelizmente, “apenas 20% dos bebês continuam mamando ao final do primeiro semestre”, lamenta o neonatologista Paulo Pachi, professor da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo. Uma série de fatores deve colaborar para a viabilização do objetivo preconizado pela OMS: uma produção de leite adequada, a pega correta da mama pelo recém-nascido e a disponibilidade da mãe, entre outros.

Justamente para assegurar esse conjunto de condições favoráveis, alguns dos mais renomados especialistas do país se reuniram para divulgar informações que facilitarão o momento de dar o peito, proporcionando vínculo, tranquilidade, saúde e prazer à mamãe e ao bebê. De cara, Paulo Pachi disparou uma série de argumentos irrefutáveis para convecê-la, de vez, a se comprometer com esse ato de amor: “O leite materno carrega anticorpos que previnem infecções comuns, diminuindo o risco de mortalidade infantil”, garante. “Também há evidências de que o alimento melhore a capacidade cognitiva, reduza a incidência de doenças crônicas, além de proporcionar nutrição na medida certa, o que derruba os riscos de obesidade”, completa.

A mulher também sai ganhando ao amamentar. “O procedimento favorece a involução do útero, o retorno ao peso anterior ao da gravidez, previne sangramentos no pós-parto, câncer de mama e de ovário”, avisa Paulo Pachi. Sem contar que induz a produção de endorfinas pelo cérebro, substâncias por trás do relaxamento e do bem-estar e confere efeito contraceptivo natural. Isso porque a prolactina, hormônio que estimula a fabricação do leite, inibe o processo de ovulação, dando uma pausa na fertilidade. Para que mãe e filho consigam desfrutar de tantos benefícios, é necessário adotar alguns métodos, que você confere, a seguir.

Para um início bem-sucedido
Nunca é demais reforçar que o aleitamento deve ocorrer sob livre demanda, sem limite de tempo de mamada e frequência. Já na primeira hora de vida, é importante que o recém-nascido seja colocado no seio da mãe, para se habituar à sucção e estimular a produção de leite. “Os primeiros 14 dias são cruciais porque determinam o aprendizado da mãe e da criança”, diz Pachi. Por isso, ele alerta que suplementos, assim como bicos e mamadeiras, devem ser evitados, porque favorecem o desmame precoce. Uma boa orientação sobre técnicas de amamentação, ainda na maternidade, também é indispensável. Outros truques tornam esse momento mais confortável e aumentam as probabilidades de o pequeno ficar bem nutrido e satisfeito:

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  • Evite agasalhar demais o bebê. O excesso de calor pode incomodá-lo, na hora de sugar o seio;
  • A mãe deve permanecer sentada, em posição confortável, com o corpo do bebê voltado para ela, tórax com tórax;
  • Assegure-se de que o corpo e a cabeça do pequeno estejam alinhados e que a mão inferior dele fique apoiada na sua cintura;
  • Segure a mama com a mão, em formato da letra C;
  • Estimule o lábio inferior do bebê com o mamilo, para que ele abra a boca e abaixe a língua;
  • Certifique-se de que a criança abocanhou o mamilo e que a aréola não esteja aparente;
  • O queixo do pequeno deve tocar a mama, seus lábios devem permanecer curvados para fora, em formato de “peixinho”;
  • Procure beber cerca de 3 a 4 litros de água por dia. O líquido é a matéria-prima para a fabricação do leite.

Tem alguma coisa errada…
A enfermeira neonatologista Luciane Santos, da Pro Matre, alerta para alguns indícios de que a amamentação não está fluindo como deveria. “Quando as bochechas do bebê formam covinhas ou ele emite ruídos durante a sucção e a deglutição, é sinal de que a pega não está correta”, avisa. “Mamas deformadas ou esticadas durante o aleitamento, dor, estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas nos mamilos também merecem atenção”, continua. Para evitar traumas na mama, Luciane ensina que não é indicado interromper a mamada bruscamente. “Posicione seu dedinho no canto da boca do bebê, para que ele solte o seio naturalmente”.

O momento da separação
Chegou a hora de tocar em um assunto que tira o sono de muitas mamães: o fim da licença-maternidade. Por mais doloroso que pareça se afastar do bebê, esse momento não precisa ser carregado de traumas e sofrimento. Basta fazer um bom planejamento. “É essencial que a mulher tome todas as decisões em conjunto com o marido. Se o bebê vai ficar com a avó, com uma babá, na creche….”, aconselha a psicóloga Salete Arouca, de São Paulo. Uma adaptação gradativa, segundo ela, também ajuda a aplacar a insegurança e a ansiedade. “Antes de voltar a trabalhar, escolha alguns dias para dar uma saidinha e deixar o pequeno com o cuidador, retorne, e vá aumentando o período de separação”, sugere. É importante que a mãe se sinta segura, para que ela não transmita nenhuma apreensão ao filho, capaz de captar seu estado emocional. Por fim, organize, com antecedência, os horários das mamadas e das retiradas de leite.

Estoque de leite
Para armazená-lo, a ordenha pode ser manual ou elétrica. Só é necessário seguir, à risca, algumas precauções, para manter a qualidade do alimento:

  • Mantenha o leite na geladeira por, no máximo, 12 horas;
  • No freezer, ele pode ser armazenado por 15 dias;
  • O aquecimento deve ser feito em banho maria, sem ferver, pois o processo faz com que perca suas propriedades.
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