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Mãe ingere placenta após dar à luz e bebê adquire infecção

O Centro de Controle de Prevenção a Doenças dos Estados Unidos emitiu um alerta destacando que a prática deve ser evitada. Entenda.

Por Luísa Massa
Atualizado em 8 jul 2017, 12h58 - Publicado em 7 jul 2017, 18h28

A ideia de ingerir a placenta depois de dar à luz vem conquistando cada vez mais mulheres. Famosas como Bela Gil, Fernanda MachadoJennifer LopezKim Kardashian revelaram publicamente que são adeptas do método. Prevenir a depressão pós-parto, aumentar a produção de leite materno e aliviar a dor depois do nascimento do bebê são algumas das vantagens apontadas pelas mães que tomam essa decisão.

Em 2015, um trabalho americano publicado na revista Archives of Women’s Mental Health mostrou que ingerir a estrutura que abriga o bebê durante a gestação não traz benefícios porque não havia evidências científicas que comprovassem a prática. Agora, no entanto, além da prática não ser de fato vantajosa, ela ainda pode trazer prejuízos à saúde. Tanto que na última sexta-feira, 30, o Centro de Controle de Prevenção a Doenças (CDC), dos Estados Unidos, emitiu um alerta importante destacando que a placentofagia deve ser evitada.

A instituição relatou o caso de um recém-nascido que teve uma grave infecção originada pela bactéria estreptococo do grupo B. O pequeno apresentou dificuldade respiratória e foi parar na UTI Neonatal para tratar o problema. Depois de um tempo, ele recebeu alta e voltou para casa, mas após cinco dias, retornou ao pronto-socorro e novamente foi internado. E uma informação dada pelo médico que acompanhou o parto fez toda a diferença: ele contou que os pais pediram a liberação da placenta após o nascimento da criança.

A mãe do bebê informou que procurou uma empresa para desidratar e encapsular o órgão e que ingeria as pílulas diariamente. Diante disso, ela foi orientada pelos profissionais a parar de consumir as cápsulas, que foram analisadas. Descobriu-se, então, que a mesma bactéria que tinha infectado o pequeno estava presente nos comprimidos e, por isso, os médicos acreditam na hipótese de que a mãe foi colonizada pela bactéria, que passou para o filho. Depois que a cuidadora interrompeu a ingestão, a criança se recuperou bem.

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Como não existem padrões de qualidade que certifiquem o processamento da placenta garantindo a sua segurança, o CDC reforçou mais uma vez que as vantagens dessa prática ainda não foram comprovadas. Por esse motivo, os médicos devem questionar se as mães ingeriram a estrutura depois do nascimento da criança e informar as mulheres que estão interessadas no método sobre os possíveis riscos.

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