Contato pele a pele pode ajudar bebês com abstinência neonatal

O método foi testado em hospital norte-americano e os resultados foram impressionantes.

Por Flávia Antunes
Atualizado em 20 set 2019, 10h45 - Publicado em 20 set 2019, 10h41
 (Mayte Torres/Getty Images)
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Segurar o bebê bem juntinho do corpo é bom demais, né? O contato pele a pele da mãe com seu filho logo após o nascimento, além de muito gostoso, também faz parte de um modelo de assistência ao recém-nascido, batizado de Método Canguru. O termo foi criado no final da década de 90 e prioriza o cuidado humanizado nos centros hospitalares. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, “a posição canguru consiste em manter o recém-nascido de baixo peso em contato pele a pele, na posição vertical, junto ao peito dos pais”. 

O melhor de tudo é que a cada dia descobrimos novas vantagens dessa prática. Já se sabe que ela reduz o estresse materno, facilita a amamentação, dentre outros benefícios para a mãe e o bebê. Confira a lista completa!

A novidade agora é que o contato pele a pele pode ajudar bebês com Síndrome de Abstinência Neonatal (SAN). A condição ocorre em uma parcela significativa de recém-nascidos de mães usuárias de drogas ou que foram tratadas com opióides durante a gravidez.

O estudo foi conduzido pelo Centro Médico Metrohealth, em Cleveland, nos Estados Unidos, onde são registrados mais de 100 casos por ano de bebês com a síndrome. Por quatro décadas, investigou-se os efeitos do Método Canguru em bebês com abstinência.

“Nós sabemos que a mãe é a melhor medicina para o bebê, todos os bebês, e acreditamos que especialmente para essa parcela da população”, disse Leslie Logan, enfermeiro clínico do hospital e um dos responsáveis pela pesquisa, ao portal News 5 Cleveland.

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No Metrohealth, a maioria das mães já faz o contato pele a pele com seus bebês assim que eles nascem. Elas costumam ficar com seus filhos em torno de uma hora depois do nascimento ou até a primeira alimentação. Isso em casos de recém-nascidos saudáveis. Para os nascidos com a síndrome, o estudo propôs que o método canguru fosse feito durante três a quatro horas por dia, por algumas semanas.

Os resultados observados foram bastante positivos. “O Método Canguru reduz a ansiedade, o estresse, e praticamente elimina a dor, o choro e a angústia dos bebês”, constatou o Dr. Susan Ludington, professor de enfermagem pediátrica na Universidade Case Western Reserve.

Como se não bastasse, os pesquisadores acharam evidências de que esses bebês desenvolveram menos sintomas severos e, muitas vezes, nem precisaram usar medicamentos para tratar a condição.

Raouth Kostandy, professor assistente de enfermagem na Universidade Cleveland State e um dos pioneiros do estudo, acredita que o impacto é benéfico também para as mães. “Algumas mulheres se sentem culpadas pela condição de seus bebês, então sentir que estão ajudando melhora”, disse. Os pesquisadores esperam que as descobertas ajudem a implantar o contato pele a pele no tratamento de bebês com abstinência neonatal por todo o país. Tomara, né?

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