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5 mitos e verdades que você precisa saber sobre a cicatriz da cesárea

Como vai ficar? Será que é dolorida? Calma, mãe! Sabemos que a cicatriz da cesárea pode ser motivo de preocupação, então, que tal desmistifica-la?

Por Isabelle Aradzenka
1 out 2021, 18h11
Cicatriz da cesárea
 (Jane Khomi/Getty Images)
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Cheio de idealizações, medos e questionamentos, o parto costuma ser um momento importante e singular na trajetória da mãe. E quando acontece por via de uma cesárea, seja por necessidade médica ou desejo da mãe, ele não fica apenas na memória, mas também visível no corpo.

A cicatriz do procedimento é muitas vezes um motivo de dúvida das puérperas e gestantes, então, que tal esclarecer alguns mitos e verdades sobre esta marquinha cheia de significado?

1. Atualmente, só é feito um tipo de incisão na cesárea

Mito. Provavelmente, qualquer mãe já ouviu histórias sobre como as cesáreas do passado deixavam uma cicatriz consideravelmente maior do que as feitas nos dias de hoje. De fato, a mais comum costuma ser a transversa mesmo, que vai de uma ponta à outra na área pubiana, mas é bom saber: em alguns casos específicos, a incisão longitudinal, aquele corte que vai do umbigo até, mais ou menos, a região do púbis, ainda é utilizada.

Diferente da tradicional incisão transversa, o corte vertical é um caminho mais fácil para se chegar até o bebê. “Através das duas incisões você tem acesso ao útero. A diferença é que a longitudinal é uma incisão mais rápida, então você consegue atingi-lo mais rapidamente e, portanto, é utilizada em situações de urgência”, explica Ricardo Tedesco, ginecologista membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da FEBRASGO.

Mães com hemorragias ou complicações durante a gravidez, por exemplo, podem precisar passar por este tipo de incisão, já que nestes casos o objetivo é salvar o bebê. Apesar de esteticamente ser mais aparente, de acordo com Ricardo, a cicatrização deste tipo de corte é menos dolorosa e mais tranquila em relação ao horizontal.

“A incisão transversa, que chamamos de Pfannenstiel, é mais trabalhosa e demorada. Você acaba tendo que seccionar mais a musculatura e com isso há maiores chances de hematoma e infecção”, afirma o ginecologista. Apesar disso, o corte transversal é o mais utilizado e menos visível.

2. O pós-parto e a cicatrização podem ser dolorosos

Verdade. Assim como em qualquer outro procedimento, o corpo precisa de tempo para se recuperar de um trauma cirúrgico. Com a cesárea não é diferente, os primeiros sete dias são os mais difíceis. Geralmente é indicado resguardo da paciente para que sejam evitadas infecções durante a cicatrização.

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Sentir dores é um sintoma comum, principalmente se a incisão for a transversal. Apesar disso, hoje o procedimento já não é tão traumático quanto era antigamente. A mulher, por exemplo, já pode se levantar no mesmo dia da cirurgia.

“Atualmente, com as mudanças das técnicas cirúrgicas, a cicatrização é melhor: a incisão é menor, usamos material que traumatiza menos os tecidos, fios que provocam menos reação inflamatória, analgésicos e anti-inflamatórios com uma ação muito potente. Por isso, hoje, apesar de ser uma cirurgia, a cesárea é bastante tolerada”, explica Ricardo.

3. A região da cicatriz pode ficar dormente

Verdade. Muitas mulheres relatam que, após a cesárea, a região onde é feita o procedimento ganha uma sensação de dormência ou formigamento e, de fato, isso pode ocorrer. Mas não se assuste mãe! Este sintoma é comum e passageiro.

“Esta sensação, que a gente chama de parestesia, é muito frequente e ocorre porque quando é feita a incisão, as terminações nervosas são seccionadas, e aí pode dar esta dormência. No entanto, ela é temporária, e em geral, dura de 6 meses a um ano”, esclarece o ginecologista.

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4. Há predisposição genética para o surgimento de queloide

Cicatriz da cesárea
(Westend61/Getty Images)

Verdade. A tão temida queloide, a cicatriz mais saliente, pode ter relação com a técnica do procedimento ou até com o material utilizado, porém, na maioria dos casos, é resultado da resposta individual do organismo da paciente.

“Queloide é mais comum em afrodescendentes e é uma cicatrização anormal, que ultrapassa os limites. Dizemos que é uma cicatriz que não para de crescer”, explica a Leandra Metsavah, especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Além da aparência que pode incomodar algumas mulheres, este tipo de caso pode trazer dores e coceira para a região e, na maioria das vezes, é de difícil tratamento. “Cada paciente tem um tipo de cicatrização que não temos como prever. Ela pode, por exemplo, desenvolver queloide em uma determinada região do corpo e em outra não. É um risco que a paciente tem que saber que existe”, completa o ginecologista Ricardo Tedesco.

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5. Não existem tratamentos para melhorar a aparência da cicatriz

Mito. Sabemos que os cuidados do pós-operatório são importantes para definir a cicatrização. Tanto Ricardo, quanto Leandra indicam o uso de cremes à base de silicone na região. Entretanto, se mesmo seguindo as orientações dos médicos, a cicatriz estiver incomodando, há opções de tratamento no mercado para suavizá-la.

“Na cicatriz hipertrófica, que é levemente elevada e apresenta vermelhidão e coceira, podemos fazer alguns procedimentos, como lasers e infiltrações com medicamentos para melhorar seu aspecto estético e os sintomas”, afirma a dermatologista.

Apesar disso, em casos como o de queloide, o procedimento pode ter um resultado menos aparente, além de apresentar um custo mais alto. “Normalmente são necessários vários tratamentos para melhora. A combinação de fitas, infiltrações e lasers é a melhor opção, mas acaba sendo mais caro”, completa Leandra.

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