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Útero retrovertido: o que é e a relação com a gravidez

Entenda o que de fato acontece quando o útero está virado para trás, se é preciso fazer tratamento e qual o impacto da condição na gravidez.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 26 set 2017, 15h32 - Publicado em 10 set 2017, 09h15

Na maioria das vezes, o útero nasce voltado para frente, inclinado sobre a bexiga. Algumas mulheres, entretanto, têm o órgão na direção oposta, o chamado útero retrovertido (ou reverso) “Isso não é um problema, significa apenas que ele está mais próximo do intestino do que da bexiga”, explica Ricardo Cavalli, ginecologista da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

Tanto que a condição não é considerada uma doença. “Muitas mulheres nem sabem que têm até passarem por algum ultrassom de rotina que revele a posição”, comenta José Carlos Torres, ginecologista da Universidade Estadual de Campinas.

Ocorre que o útero não é um órgão fixo, por isso, é até normal que se mova em algumas circunstâncias, como uma gravidez ou mesmo durante as relações sexuais. Durante a gestação, aliás, o órgão sai do seu local de origem. “Ele aumenta de tamanho e ocupa toda a pelve, assim não faz diferença se antes estava virado para frente ou para trás”, detalha Cavalli.

Útero normal e retrovertido
A diferença entre o útero normal e o retrovertido (Carolina Horita/Bebê.com.br)

Portanto, eis já um alívio para as portadoras deste quadro que desejam ser mães: a gravidez é normal. “Não há necessidade de cuidados especiais nem durante a gestação, nem durante o parto”, completa Cavalli.

Útero retrovertido x fertilidade e outros mitos

“Não há redução significativa, mas o posicionamento do colo do útero pode diminuir um pouco as taxas de gravidez natural”, explica José Carlos. O médico faz questão de ressaltar, no entanto, que a interferência é bem pequena.

Outra associação recorrente do problema é uma incidência maior de endometriose, quando pedaços do endométrio se espalham para além do útero e inflamam, causando dor e outros problemas. Segundo os especialistas, trata-se de outro mito. “Não há comprovação científica de que a posição leve à endometriose, só estudos isolados”, destaca Cavalli.

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“O que acontece é que quando a mulher com útero retrovertido tem a doença, ela tende a ser mais profunda e atingir o septo reto-vaginal, onde o tratamento é mais complicado”, esclarece José Carlos.

É preciso tratar o útero retrovertido?

Na grande maioria dos casos, não. Mas, como o útero retrovertido está voltado para a parte de trás do corpo, algumas mulheres podem sentir desconfortos. “Especialmente sintomas intestinais, como dificuldades e dor para evacuar ou urinar“, aponta José Carlos. Nessas situações excepcionais, há cirurgias que corrigem o problema.

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