
A descoberta da gravidez traz um mix de emoções e expectativas, e uma das principais ansiedades para muitas futuras mães é sentir os primeiros movimentos do bebê. Apesar de não ser percebida logo no início, a atividade do bebê começa cedo, desde as primeiras semanas. Entender quando e como esses movimentos acontecem pode ajudar a tornar essa experiência ainda mais especial.
O bebê inicia os movimentos muito cedo no desenvolvimento, mas é comum que a mãe comece a sentir esses movimentos por volta da 20ª semana de gestação. Em mulheres que estão na segunda gravidez ou mais, essa percepção pode ocorrer antes, entre a 16ª e a 17ª semana.
Os primeiros movimentos podem ser sutis e lembram pequenas ondas ou bolhas de ar na barriga. Eles são causados pelo deslocamento do líquido amniótico contra a parede uterina, mas podem passar despercebidos, especialmente em gestações iniciais.
Estou grávida, mas ainda não senti o bebê mexer. Isso é normal?
Sim, é normal. Cada gravidez é única, e não existe uma regra fixa para quando os movimentos serão percebidos. Nas mães de primeira viagem, essa experiência costuma acontecer mais tarde, por volta do 5º mês de gestação.
Os movimentos iniciais também podem ser confundidos com gases ou cólicas, tornando difícil identificar o que é, de fato, o bebê se mexendo. Se houver preocupação, é importante conversar com o obstetra para esclarecer dúvidas e garantir que a gravidez esteja seguindo seu curso normal.
Dicas para sentir os movimentos do bebê
Se você está ansiosa para sentir os primeiros chutes, existem algumas formas de tentar perceber os movimentos:
- Deite de barriga para cima: Esse é um dos métodos mais recomendados. O período noturno é especialmente eficaz, pois é quando o corpo está mais relaxado.
- Use travesseiros ou bola de pilates: Colocar as pernas mais altas que o quadril pode facilitar a percepção dos movimentos.
- Relaxe e não se cobre: Cada gravidez tem seu ritmo, e não sentir muitos movimentos inicialmente não significa que algo esteja errado.
É importante lembrar que os movimentos do bebê também estão ligados à rotina da gestante, incluindo alimentação, descanso e níveis de estresse.
O que fazer se os movimentos diminuírem ou pararem
Reduções nos movimentos podem ocorrer em algum momento da gravidez e não significam necessariamente um problema. Estudos mostram que 40% das mães relatam diminuição nos chutes em certos períodos. Isso pode ser atribuído a fatores como o crescimento do bebê e a mudança no espaço disponível no útero.
Porém, se você notar uma diminuição drástica ou prolongada, especialmente em casos de gravidez de risco, é essencial procurar o obstetra. Condições como restrição de crescimento fetal, deficiência de líquido amniótico ou insuficiência placentária podem estar relacionadas à redução dos movimentos e exigem avaliação médica.
Como é a sensação de sentir o bebê se mexer?
As descrições variam de mulher para mulher, mas entre as sensações mais comuns estão:
– Bolhas estourando;
– Tremores leves;
– Contrações nervosas;
– Sensibilidade semelhante à fome ou ao estômago roncando;
– Peixes nadando ou frio na barriga.
Com o avanço da gravidez, os movimentos se tornam mais intensos e frequentes. No terceiro trimestre, é possível ver a barriga se movimentando à medida que o bebê empurra e chuta. Esses movimentos são especialmente visíveis após a 28ª semana.
Quantas vezes o bebê deve mexer por dia?
Não existe um padrão fixo, mas o bebê pode se mexer cerca de 30 vezes por hora enquanto está acordado, embora nem todos esses movimentos sejam percebidos pela mãe. Até a 32ª semana, é comum que os movimentos aumentem, tornando-se mais regulares e estabilizados até o parto.
Se os movimentos parecerem ausentes por muito tempo, pode ser que o bebê esteja dormindo, o que normalmente não dura mais que 90 minutos. Por isso, observar o padrão de comportamento do bebê é uma maneira eficaz de identificar qualquer alteração.
“Síndrome do bebê fantasma”
Curiosamente, algumas mulheres relatam sentir “chutes” na barriga mesmo após o parto. Essa condição é conhecida como “síndrome do bebê fantasma” e, embora não tenha explicação científica definida, acredita-se que possa ter uma origem psicológica. Para muitas mulheres, essas sensações trazem conforto e memórias da gravidez, enquanto outras podem sentir tristeza, especialmente em casos de gestação complicada.
A experiência de sentir os movimentos do bebê na barriga é única e especial. Com paciência e acompanhamento adequado, esse momento se torna um marco importante na jornada da maternidade.
Consultoria: ginecologista e obstetra Igor Padovesi