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Pregorexia: o transtorno alimentar que pode surgir na gravidez

Caracterizado pela obsessão em não engordar ao longo da gestação, o problema pode acarretar em má formação do bebê. Saiba mais!

Por Julia Carneiro
31 ago 2017, 21h48

Por mais que exista uma lista enorme de sintomas que caracterizam o corpo da mulher grávida, o barrigão lindo que guarda o bebê em formação sempre será a mudança mais marcante no espelho. Há quem lide com essas curvas de forma natural e até se sinta mais bonita, aproveitando o momento para fazer ensaios sensuais ou registros fofos do crescimento do pequeno ao longo dos nove meses. Mas nem toda mulher consegue se sentir confortável na própria pele com essa imagem logo de cara.

Quando a mulher se esforça para manter um corpo em forma, pode não ser fácil abraçar os quilos extras da gestação tão rapidamente. E o problema começa quando essa preocupação toma conta da futura mãe e o controle do ganho de peso vira o foco da gravidez. Pouco falada no círculo da maternidade, a pregorexia vem ganhando a atenção dos especialistas por atingir exatamente esse grupo de grávidas, que querem ficar magras a todo custo e acabam colocando a saúde do bebê em risco ao reduzirem drasticamente o consumo de calorias. Saiba mais sobre o distúrbio!

O que é a pregorexia?

A palavra vem da junção do termo pregnant (“grávida”, em inglês) com anorexia. Ainda pouco estudada pelos médicos, a pregorexia é “um transtorno alimentar que se caracteriza pela obsessão em manter o peso pré-gestacional durante a gravidez”, define a nutricionista Kátia Ushiama, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, de São Paulo. Mulheres que já apresentaram doenças do gênero, como anorexia e bulimia, e também grávidas mais jovens (que costumam valorizar demais a aparência) estão mais sujeitas a passar pelo problema.

Como identificar?

É comum os casos serem notados por pessoas próximas e não pela própria grávida. Por ser um transtorno também psicológico, o autodiagnóstico pode ser difícil! Para não deixar que ele passe despercebido, atente-se a comportamentos como:

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– Obsessão pela forma física (a futura mãe não fica feliz ao perceber as mudanças do corpo);

– Medo exagerado de engordar (o controle da balança se torna prioridade);

– Controle excessivo sobre os alimentos que consome (como exclusão de doces e gorduras, sem prescrição médica).

Essas atitudes extremas são características desse distúrbio alimentar. Vale lembrar que em uma gravidez saudável, a mulher dentro do peso adequado (com Índice de Massa Corporal entre 18,5 e 24,9) pode ganhar de 11 a 16 quilos, seguindo uma rotina normal de alimentação e exercícios.

Quais riscos a pregorexia apresenta para a mãe e para o bebê?

“A má alimentação pode desencadear um quadro de anemia na mãe, isto é, a redução de ferro na corrente sanguínea. A condição gera dificuldade de oxigenação nos tecidos e pode afetar o desenvolvimento do feto”, explica a nutricionista. A fase da gestação em que o transtorno dá as caras é que vai determinar as consequências para a saúde do bebê – entre elas estão a má formação e a restrição de crescimento.

Como é o tratamento?

Quando o problema é detectado, o médico geralmente sugere um tratamento multiprofissional, com psicólogo e nutricionista. “É feito um trabalho de compreensão com a paciente, para que ela entenda que o ganho de peso na gestação é natural, necessário e transitório. Totalmente reversível após a gravidez“, diz a nutricionista.

 

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