Já imaginou fazer pole dance na gravidez?
A prática pode trazer uma série de benefícios para o corpo da futura mãe, mas demanda cuidados! Saiba mais sobre a modalidade.
É impressionante ver alguém fazendo pole dance. As acrobacias parecem tão complexas, que só uma bailarina do Cirque du Soleil seria capaz de realizar tais movimentos. Agora imagina quando você vê uma gestante rodopiando pelo mastro? A surpresa é ainda maior! Prova disso é que um vídeo compartilhado na página Pole Flex, do Facebook, foi visto mais de 150 mil vezes e recebeu mais de mil compartilhamentos.
A gravação traz a mamãe Helle Carlstedt, de Estocolmo, na Suécia, praticando a modalidade ao som da música “Only You”, de Zara Larsson, com nada menos do que um barrigão de 9 meses de gestação. Professora de pole dance, ela não deixou a atividade física de lado enquanto aguardava a chegada de seu primeiro filho, Oliver, que veio ao mundo no dia 13 de abril de 2017. E, em seu perfil no Instagram, Helle dividiu com seus seguidores diversos vídeos a cada semana de gravidez – um mais fascinante que o outro!
Ao assistir a esses vídeos, você deve estar se perguntando se as gravidinhas podem mesmo se aventurar na barra. A resposta para essa dúvida comum é “sim” – mas com ressalvas! De acordo com Rodrigo da Rosa Filho, membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP) e sócio-fundador da clínica de reprodução humana Mater Prime, de São Paulo, o ideal é que o pole dance seja feito por quem já praticava o esporte antes mesmo de ter um bebê a caminho. Afinal, se a mulher era sedentária, a gravidez não é o melhor momento para iniciar uma atividade que exige tanto do corpo – o recomendado seria recorrer a outros exercícios, como a hidroginástica ou a caminhada.
E para quem já não é mais uma iniciante no assunto, o pole dance traz muitas vantagens! “Como uma dança, ele tem um lado mais lúdico e trabalha a autoestima e a sensualidade da mulher. Já como um esporte, ele fortalece a musculatura de abdômen, braços e pernas”, afirma Vanessa Costa, proprietária da escola Ultra Modern Dance desde 2010, além de fundadora da Federação Brasileira de Pole Dance no Brasil e integrante do IPSAF (International Pole Sports and Arts Federation).
Não é só a área da barriga que é beneficiada. Por trabalhar a região do core – que inclui não só os músculos do abdômen, como também dos quadris e da região lombar, e responde pela estabilização da coluna vertebral -, a modalidade pode ajudar as gestantes a melhorar a postura. “A prática pode trazer menos desconforto para a mulher, diminuir a dor lombar durante a gravidez, além de reduzir o risco de desenvolver uma hérnia de disco ou uma diástase“, destaca Rodrigo da Rosa. O obstetra acrescenta, ainda, que as futuras mamães que fazem pole dance poderão ter maior consciência corporal para o momento do parto normal, controlando os músculos do períneo.
Ficou animada para fazer parte desse time? Saiba que a atividade também exige cuidados! “A variação brusca de posição pode gerar tontura, mal-estar, diminuição do fluxo sanguíneo para a grávida e para a placenta”, esclarece o médico da SOGESP. Por isso, Vanessa Costa aconselha que os treinos sejam adaptados, com acrobacias mais leves e específicas, que não comprometam a saúda da gestante – especialmente em casos de quedas, para que ela não sofra nenhum tipo de trauma ou lesões.
Apesar dessa cautela, em determinadas situações o pole dance é realmente contraindicado. “É o caso de grávidas com alterações cardíacas, placenta prévia, dilatação do colo do útero, colo curto e gestação gemelar”, adverte Rodrigo da Rosa. Por essa razão, nunca é demais lembrar que antes de iniciar qualquer exercício físico, a futura mãe sempre procure a orientação do obstetra e se certifique de que será acompanhada por um profissional qualificado. Estando tudo certo, ela pode tirar proveito da atividade – seja ela feita num mastro ou não.
Depois que o bebê nasce
Enquanto na gravidez o ideal é aguardar passar as doze primeiras semanas para poder se aventurar nos movimentos do pole dance, no pós-parto, a recomendação depende do tipo de parto: no normal, a mulher pode voltar a se exercitar depois de 15 a 20 dias; no caso da cesárea, após 60 dias, como qualquer outro esporte mais intenso. “Apenas a caminhada pode ser feita depois de 30 dias”, finaliza Rodrigo da Rosa.
A professora Helle Carlstedt, por exemplo, não demorou muito para retomar a sua rotina – a diferença é que depois do nascimento do pequeno Oliver, ela acabou ganhando um companheiro em suas acrobacias. E, claro, aproveitou para registrar esses momentos. Dá só uma olhada: