OMS publica novas recomendações para acompanhamento do pré-natal

As consultas médicas durante a gestação devem passar de quatro para no mínimo oito com o intuito de diminuir mortes perinatais.

Por Luísa Massa
Atualizado em 9 nov 2016, 23h09 - Publicado em 9 nov 2016, 19h22
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 (Vadimguzhva/Thinkstock/Getty Images)
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Na última segunda-feira, 7, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu novas diretrizes com 49 sugestões para aprimorar a qualidade do acompanhamento durante o pré-natal e reduzir estatísticas preocupantes. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, em 2015, cerca de 303 mil mulheres morreram por causas relacionadas à gravidez; 2,7 milhões de bebês faleceram durante os 28 primeiros dias de vida; e 2,6 milhões de bebês eram natimortos (quando o feto morre dentro do útero antes ou durante o trabalho de parto).

Para diminuir estes dados, a primeira recomendação é aumentar a quantidade de consultas. Atualmente são indicadas no mínimo quatro visitas ao médico ao longo da gestação, mas a medida propõe dobrar este número para oito, já que estudos provaram que uma maior assiduidade às consultas reduz a probabilidade de natimortos. “Contatos mais frequentes e melhores entre todas as mulheres e seus provedores de saúde durante a gravidez facilitarão a adoção de medidas preventivas, detecção oportuna de riscos, redução de complicações e a abordagem das desigualdades na saúde”, afirmou Anthony Costello, diretor de Saúde Materna, Infantil e de Adolescentes da OMS.

A instituição também sugere que o primeiro acompanhamento médico seja realizado quando a futura mamãe estiver no início da gravidez: nas 12 primeiras semanas. As outras visitas devem ser feitas, respectivamente, na 20a, 26a, 30a, 34a, 36a, 38a40a semanas. “A atenção pré-natal para as mães de primeira viagem é fundamental. Isso vai determinar como elas trarão o cuidado pré-natal em futuras gestações”, ressaltou Anthony Costello.

Além do número de consultas, o documento ressalta a importância dos médicos aconselharem as grávidas a terem uma alimentação saudável e a fazerem exercícios físicos durante os nove meses. A questão da suplementação também não ficou de fora: as futuras mamães devem ingerir ferro elementar e ácido fólico para prevenir problemas como anemia, baixo peso do bebê e nascimento pré-termo. “O aconselhamento sobre alimentação saudável, nutrição ideal e quais vitaminas ou minerais as mulheres devem tomar durante a gestação podem ajudá-las muito e ajudar também o desenvolvimento dos bebês, para que se mantenham saudáveis durante a gravidez e além”, comentou Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS.

A vacinação contra o tétano durante a gestação também está entre as orientações que foram reforçadas pela OMS, a fim de prevenir mortes dos recém-nascidos. A publicação recomenda, ainda, que as gravidinhas façam um exame de ultrassom antes da 24a semana para identificar a idade gestacional, gravidez múltipla ou possíveis irregularidades com o feto, e que as gestantes sejam questionadas quanto ao uso de bebidas alcoólicas ou outras substâncias que podem comprometer a saúde da mãe e do bebê.

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