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Suplementação na gravidez: o que você precisa saber antes de repor vitaminas e minerais

Há quem pense que basta a gestante comer o que der vontade para estar bem nutrida; por outro lado, tem gente que acha que é preciso tomar vários suplementos a fim de garantir uma gravidez saudável. Não é bem assim. Consultamos especialistas para saber as recomendações e os cuidados de suplementar nutrientes nesse período.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 4 nov 2016, 22h21 - Publicado em 16 set 2015, 17h36

A gravidez é um momento único na vida de uma mulher. Não apenas pela realização da maternidade, mas também porque, nessa fase, o corpo passa por várias transformações que exigem atenção redobrada e cuidados especiais. Entre eles está a necessidade de manter vitaminas e minerais em doses adequadas. “Durante a gestação existem alterações metabólicas e nutricionais específicas desse período: o apetite aumenta, a secreção gástrica diminui e o intestino fica mais lento e com um tônus menor”, explica o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). “É por isso que a parte de nutrientes precisa ser muito bem monitorada e avaliada”, recomenda.

O ideal é que o aporte de vitaminas e minerais seja garantido a partir de uma alimentação equilibrada. Mas nem sempre isso é possível, seja pelo ritmo acelerado de trabalho que muitas gestantes levam, com pouco tempo para comer bem, seja porque alguns nutrientes não são supridos mesmo adotando um cardápio saudável – como é o caso do ácido fólico. Daí o motivo pelo qual a prescrição de suplementos vitamínicos tem se tornado cada vez mais comum nos consultórios. Isso não significa, no entanto, que a prática vale para todas as futuras mamães. “Toda suplementação deve ser feita com base em exames”, orienta o nutrólogo Paulo Henkin, diretor da Abran. Em outras palavras, antes de tomar qualquer comprimido, é preciso consultar o seu obstetra para saber se você realmente precisa de doses extras de algum componente.

A seguir, listamos as vitaminas e os minerais que podem ser suplementados durante os nove meses e aqueles que todas as grávidas precisam aumentar a ingestão. 

E o cálcio e a vitamina D?

Esses dois nutrientes atuam juntos: a vitamina D é responsável pela absorção do cálcio no organismo. Desse modo, ter boas doses de ambos é importante tanto para a formação óssea do bebê quanto para garantir a saúde dos ossos da grávida.

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Mas quando se trata de suplementar esse mineral e essa vitamina, os especialistas não são unânimes. No caso da vitamina D, enquanto alguns recomendam aumentar o consumo via cápsulas se as doses estiverem baixas, outros ponderam que ainda faltam evidências científicas de que a suplementação é mesmo efetiva. “Não está comprovada a necessidade de doses extras, principalmente se ela se expor ao sol no mínimo três vezes por semana, por 10 minutos”, diz Carla Muniz, da Sogesp.

Mais: não há um consenso sobre os níveis ideais de vitamina D no corpo. “Há uma grande discussão em relação aos pontos de corte para a adequação e a insuficiência”, alerta a nutricionista Maria Eduarda Leão Diógenes, pesquisadora e doutora em Ciência dos Alimentos, do Rio de Janeiro. Ela explica que, em excesso, essa vitamina pode até se tornar uma ameaça. “Por ser lipossolúvel, ela se acumula no organismo. Em altas quantidades, pode se tornar tóxica”, avisa Maria Eduarda.

Portanto, nada de sair por aí tomando cápsulas de vitamina D em antes conversar com o seu médico.

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A polêmica do cálcio

Em relação ao cálcio, a história é parecida: há quem prescreva suplementos quando há deficiência, mas outros recomendam que a grávida consuma a quantidade adequada (1300 mg por dia) pela alimentação, ou seja, ingerindo mais leite e derivados. “Não é uma boa ideia dar cálcio extra, porque ele pode se depositar nas paredes das artérias do bebê e causar uma calcificação ali”, adverte Paulo Henkin, diretor da Abran.

Outro fator que depõe contra a suplementação do cálcio é o fato de que, por mais que a demanda do mineral esteja aumentada na gestação devido à formação do feto, o próprio organismo materno se ajusta para que esse nutriente não falte. Doses aumentadas do nutriente seriam indicadas apenas para grávidas adolescentes. “Elas estão em fase de formação óssea. Portanto, a carência pode trazer prejuízos”, explica a nutricionista do Rio de Janeiro. 

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