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O que é hiperêmese gravídica? Entenda os sintomas e tratamentos indicados!

Enjoos e vômitos incontroláveis e muito frequentes são as principais características do quadro, que costuma atingir entre 0,3 a 3% das gestantes.

Por Flávia Antunes
Atualizado em 11 Maio 2021, 17h20 - Publicado em 11 Maio 2021, 17h18

Hiper… o quê? De nome esquisito, a condição que surge na gravidez ficou mais conhecida quando personalidades do Brasil e do mundo contaram ter passado por ela. Kate Middleton, a Duquesa de Cambridge, teve hiperêmese gravídica na gestação dos três filhos, e o mesmo aconteceu com a apresentadora Tata Werneck, que compartilhou em suas redes – sempre com muito humor, mas sem esconder a realidade difícil do problema – que estava enfrentando o quadro enquanto esperava a pequena Clara Maria.

Na linguagem médica, êmese gravídica é o nome dado aos enjoos, que são comuns por conta das alterações hormonais e que costumam passar com o avanço da gravidez. Já quando a gestante apresenta enjoos e vômitos intratáveis, com frequência e intensidade excessivas, temos um quadro de hiperêmese gravídica.  

A condição gera um quadro que vem acompanhado de perda de peso, desidratação e fraqueza, já que os vômitos em excesso resultam no chamado distúrbio hidroeletrolítico, com perdas expressivas de cloro, potássio e outros nutrientes no organismo.

Vale, no enanto, lembrar que essa forma grave dos sintomas é rara, e se apresenta em 0,3 a 3% de todas as mulheres grávidas, de acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Mas por que a hiperêmese acontece?

A doença tem relação com o mecanismo da progesterona, hormônio da gravidez que atua no peristaltismo (movimento de contração e relaxamento que conduz o alimento do esôfago até o trato intestinal) e também com a elevação do hormônio beta-HCG.

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Quando o esôfago fica mais de três horas sem digestão durante a gestação, a progesterona faz com o peristaltismo se inverta, trazendo o que tem no estômago para cima – e por isso a sensação de azia, queimação ou então o reflexo do vômito em algumas mulheres, ainda mais quando tentam comer algo neste momento”, esclarece Waldemar Carvalho, ginecologista, obstetra e diretor da Clínica Tempo de Fertilidade

Mas além da parte hormonal envolvida, o médico lembra que a condição muitas vezes está associada a fatores emocionais da gestante – quando está muito nervosa, passando por estresse ou situações difíceis, por exemplo. Nestes casos, o quadro pode ser desencadeado ou então agravado.

Quanto tempo dura?

O mais comum, ainda segundo o obstetra, é que a hiperêmese termine na mesma época dos enjoos comuns de grávidas que não têm a doença, que seria entre a 12ª e 14ª semana de gestação. “Acaba neste período, porque é quando a placenta deixa de precisar desses hormônios para a sustentação, mas algumas (poucas) mulheres continuam com os sintomas até o fim da gravidez”, afirma.

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Infelizmente, quem teve o quadro na primeira gestação não está necessariamente livre dele na próxima, como foi o caso da própria Kate Middleton. “Ele pode se repetir, seja pelo estresse vivido pela mulher, ou por sua sensibilidade individual aos hormônios. O mesmo ocorre com as reações diferentes de cada mulher à pílula anticoncepcional, por exemplo”, pontua.

Como funciona o tratamento

Fórmulas caseiras, que você provavelmente já deve ter ouvido falar, são de fato efetivas em alguns casos. Waldemar lembra duas delas: “Optar por alimentos com temperatura bem definida, como água gelada com cubos de gelo, ou então um chá ou sopa bem quentes, pode ajudar. Também recomendo que a mulher não fique mais de três horas com a barriga vazia”, indica.

Em situações mais graves, porém, a gestante não consegue se alimentar ou ingerir líquidos sem passar mal – e então pode ser necessária internação por alguns dias para que receba medicação intravenosa, evite complicações nutricionais ou até a desidratação, que pode ser prejudicial inclusive à saúde do bebê.

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“Mas na maioria das vezes, os médicos vão lidar clinicamente, tratando de forma caseira ou com remédios chamados procinéticos, que ajudam a esvaziar de forma mais rápida o estômago. Há também a reposição de líquidos, com soro caseiro, água de coco ou isotônicos”, tranquiliza o ginecologista.

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