Grávida pode fazer luzes no cabelo?
Retocar ou não as mechas? Essa é a dúvida de muitas gestantes! Entenda se o procedimento é seguro para a mãe e para o bebê
Entre as muitas dúvidas sobre o que se pode ou não fazer durante a gestação, certamente os cuidados com o cabelo estão entre as principais questões. E para quem ama ter os fios iluminados, manter as luzes em dia se torna um impasse. Afinal, pode ou não?
André Moreira, dermatologista pós-graduado em doenças dos cabelos e das unhas e Master in Science em oncodermatologia e dermatoscopia, é incisivo ao explicar que não existem estudos que evidenciem os efeitos no feto das substâncias utilizadas para fazer o procedimento, o que torna a questão mais complicada.
“O primeiro trimestre, que são as primeiras 12 semanas, é a fase mais importante de formação dos órgãos, principalmente do sistema nervoso central. Então, se o feto é exposto a alguma substância prejudicial, pode acontecer uma malformação. Por isso, é muito importante a gente evitar que qualquer tipo de substância, principalmente aquelas que não têm estudo mostrando seus efeitos, cheguem a ele”, alerta Moreira.
O especialista lembra ainda que conduzir pesquisas com gestantes para avaliar esse tipo de efeito é muito difícil. “O que temos são relatos, por exemplo, de mulheres que não sabiam que estavam grávidas e acabaram fazendo certo procedimento. A partir daí, é avaliado de forma retrospectiva se houve prejuízo ou não”, explica. “Eu sempre oriento minhas pacientes a evitar qualquer coisa que não tenha a segurança evidente“, completa.
Cuidados para fazer luzes na gravidez
Sabendo, portanto, que o primeiro trimestre é um momento crítico de formação do bebê, o melhor é aguardar as 12 semanas para retomar as luzes. Ainda assim, todo cuidado é pouco. “Quando a mulher grávida for fazer, depois da 12ª semana, é essencial evitar o contato dos produtos com o couro cabeludo, para que eles não sejam absorvidos“, o dermatologista chama a atenção. Isso porque é justamente pelo couro cabeludo que as substâncias entram na corrente sanguínea da mãe e, assim, chegam até o bebê.
Para isso, antes de tudo vale conversar com o obstetra que acompanha a gestação e, lógico, fazer as luzes em um salão de confiança, garantindo que todas as instruções sejam seguidas de forma adequada.