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Grávida de trigêmeos passa mal e morre depois de chá de bebê

Giseli tinha 39 anos, estava grávida de trigêmeos e tinha procurado atendimento médico recentemente para investigar um inchaço.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 22 fev 2018, 15h28 - Publicado em 21 fev 2018, 20h15

No último domingo, 18, faleceu em Jales, no interior de São Paulo, a gestante Giseli Cristina Souza, 39 anos, que estava no sexto mês de uma gravidez de trigêmeos. A tragédia ocorreu logo após seu chá de bebê. Giseli sofreu uma parada cardíaca à noite e chegou a ser levada para o hospital pelo serviço de emergência, mas infelizmente não resistiu.

Além da futura mãe, dois dos bebês não sobreviveram ao parto de emergência e o terceiro, uma menina, segue internada na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Jales. Segundo o depoimento de familiares, ela chegou a procurar atendimento em São José do Rio Preto, cidade próxima a Jales, na quinta-feira, dia 15, queixando-se de inchaço no corpo, mas foi liberada depois de fazer exames.

Ao site da revista Veja SP, o Hospital de Base, que atendeu Giseli na ocasião, lamentou a fatalidade, mas não deu mais informações sobre o caso para não infringir o sigilo médico-paciente e em respeito à privacidade da família. A secretária deixa também dois filhos já adolescentes e chegou a se declarar um dia antes para seu companheiro no Facebook.

Gravidez de risco

Embora ainda não haja uma explicação oficial para o triste episódio, o que se sabe é que a idade de Giseli e o fato de serem trigêmeos são fatores de risco para complicações que ameaçam a vida de mãe e bebê.

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“A partir dos 36 anos, a mulher já está mais sujeita a desenvolver diabetes gestacional e a doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), que é uma das maiores causas de mortalidade materno-infantil no país, cuja incidência também está associada à gravidez múltipla”, aponta Ricardo Luba, ginecologista e obstetra membro da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo).

Embora o inchaço seja um sinal de que a pressão está alta, não dá para dizer que foi esse aumento que vitimou a mãe do interior. “Seria preciso avaliar também outros fatores, como seu histórico de hipertensão e o andamento do pré-natal”, comenta Luba. Além disso, é justamente por volta do quinto mês, o período gestacional de Giseli, que a DHEG começa a se manifestar.

Pressão alta

A partir do momento que a pré-eclâmpsia – caracterizada pelo aumento significativo da pressão arterial – é identificada, cada caso é acompanhado de perto para que não evolua para a eclâmpsia, complicação grave que provoca convulsões, além de problemas secundários relacionados à pressão alta, como derrames e paradas cardíacas, que são bem mais raros.

Felizmente, é possível controlar a DHEG, desde que ela seja identificada cedo e acompanhada de perto. “O tratamento varia de acordo com o grau do problema, dos mais leves, que são corrigidos com ajustes na dieta, ao mais severos, que exigem medicamento e até intervenção”, finaliza o ginecologista.

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