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Estresse na gravidez dobra risco de mau comportamento na infância

Por conta dele, hiperatividade, problemas de conduta e agressividade podem começar a brotar ainda na barriga da mãe

Por Chloé Pinheiro
24 ago 2017, 20h51
Mulher grávida sentada no chão de perfil, com o rosto escondido pelas mãos, como se estivesse chorando. Ela veste uma roupa toda branca. O fundo é azul.
 (kieferpix/Thinkstock/Getty Images)
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Com certeza já passou pela cabeça de toda gestante em momentos difíceis: será que o bebê está sofrendo também? Embora sofrer não seja bem a palavra, um estudo acabou de comprovar que situações estressantes na gravidez têm mesmo impacto negativo no comportamento e na saúde mental das crianças.

O trabalho da Universidade de Ottawa, no Canadá, comparou as respostas de mais de dez mil mães sobre eventos tensos durante a gestação e as atitudes e personalidade dos filhos quando eles tinham idades entre 6 e 13 anos.

“Não consideramos mulheres com quadros como depressão e ansiedade diagnosticados, focamos apenas ocorrências como problemas no trabalho, doenças na família e discussões”, conta Ian Colman, epidemiologista da instituição canadense e autor do estudo.

O resultado foi que os filhos de mães que demonstraram altos índices de problemas enfrentados tinham duas vezes mais chances de apresentar sintomas de hiperatividade e problemas de conduta, como entrar em brigas e ter comportamento agressivo.

Os cientistas já têm um palpite dos motivos por trás dessa associação. “Se a mãe está sob alta tensão, seu organismo produz mais substâncias como o cortisol, hormônio do estresse, e isso pode afetar o bebê”, comenta Ian.

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“Outros estudos mostraram, ainda, que o estresse pode aumentar os níveis de testosterona no bebê e esse excesso também está ligado à agressividade”, completa o especialista.

Grávida zen

Alguns momentos difíceis são inevitáveis, como ter que fazer um exame para checar se está tudo bem com o bebê depois de alguma suspeita do médico. Essa possibilidade foi considerada um evento estressante por 41% das gestantes que participaram do estudo.

Outros pontos comuns de tensão foram discussões com o parceiro, divórcios e abandono paterno – cerca de 36% das mulheres enfrentaram situações como essas. Por serem tão comuns e difíceis de escapar, o jeito é tentar manter o equilíbrio mental.

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Nesse sentido, o controle do estresse deve ser parte importante dos cuidados do pré-natal. “Táticas como ioga, atividade física, meditação e especialmente o suporte dos familiares e da comunidade ajudam nisso”, completa Ian.

Além do comportamento, baixo peso do bebê ao nascer, maior risco de parto prematuro e ameaças à saúde da gestante são outras consequências importantes já conhecidas de uma gravidez estressante.

 

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