É verdade que mulheres grávidas de gêmeos sentem mais enjoo?

A resposta é positiva, mas pode variar de acordo com a sensibilidade de cada mulher aos hormônios da gravidez. Entenda e saiba como combater!

Por Flávia Antunes
17 jun 2020, 15h43
 (Juliana Pereira/Bebê.com.br)
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Quando o ultrassom sinaliza que dois bebês estão a caminho, muitas dúvidas podem surgir. Será que devo consumir mais calorias? A frequência das consultas médicas deve ser redobrada? Existe um melhor tipo de parto para trazer as crianças ao mundo?

Além destes questionamentos, uma preocupação que também pode aparecer é em relação aos sintomas – principalmente as náuseas, que afligem a grande maioria das mulheres. Afinal, se a grávida de um filho pode já senti-lo com intensidade, será que a mulher que espera gêmeos fica ainda mais enjoada?

Infelizmente, de acordo com Waldemar Carvalho, ginecologista e obstetra da Clinica Tempo de Fertilidade, a resposta é positiva. “É verdade que as grávidas de gêmeos sentem mais enjoos sim, mas isso não vale para todas as mulheres, porque cada uma possui uma sensibilidade diferente aos hormônios da gravidez”, tranquiliza ele.

E a explicação para que o sintoma seja mais acentuado tem a ver justamente com o fator hormonal. “Toda mulher quando engravida tem um novo hormônio secretado no corpo que, no início da gravidez é chamado beta HCG. Quando ele começa a aumentar é que os enjoos começam a aparecer”, afirma o médico.

Este movimento, segundo ele, é acompanhado da atuação de outros dois hormônios específicos da mulher: o estrogênio e a progesterona. “Eles estão relacionados com o chamado peristaltismo, que é a forma com que o estômago e o esôfago transportam alimento. Assim, quando em maior concentração, os hormônios podem fazer com que o estômago produza muito ácido, afetando o processo digestivo da mulher”, esclarece.

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“O que acontece em uma gestação de gêmeos, portanto, é que a quantidade de HCG pode chegar a ficar dobrada em relação à gestação única – elevando consequentemente os outros hormônios”, explica o médico. Com o aumento mais rápido e acentuado do estrogênio e da progesterona, os órgãos digestivos entram em ação de forma também mais acelerada, causando a sensação de queimação que conhecemos como azia. “Isso traz a ânsia e a vontade de vomitar características do enjoo”, completa Waldemar.

Se na primeira fase da gravidez os hormônios têm papel decisivo, os enjoos da metade da gestação em diante estão mais relacionados ao crescimento da barriga. “O útero da mulher que espera gêmeos cresce de maneira mais veloz. Por consequência, especialmente nesta segunda etapa, o estômago é empurrado para cima com maior velocidade, o que diminui a capacidade de digestão. Quase toda gestação conta com a dispepsia – uma dificuldade de digestão e decorrente aumento do enjoo”, explica o obstetra.

Dicas para combater o enjoo

Agora que já explicamos todos os motivos deste sintoma tão implicante, é hora de aprender a combatê-lo. A estratégia fundamental, nas palavras do ginecologista, é a alimentação fracionada. “A cada três horas a grávida precisa deglutir alguma coisa. Porque depois deste tempo o nível de progesterona se eleva, trazendo o conteúdo do estômago para o esôfago e causando queimação e enjoo”, pontua.

“Pode ser algum líquido, um suco… Mas sempre priorizar alimentos leves, de fácil digestão, e evitar fritura”, recomenda. Outro conselho de ouro é que os alimentos tenham uma temperatura bem definida – isto é, que sejam consumido bem frios ou bem quentes. “Por isso tantas mulheres se sentem aliviadas ao beber um copo d’água com algumas pedras de gelo, por exemplo”, conta o ginecologista.

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