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Problemas de sono nos bebês

Descubra a importância de dormir bem no desenvolvimento da criança e aprenda a colocar seu filho na cama sem dramas.

Por Marcos Alvim (colaborador)
Atualizado em 22 out 2016, 15h39 - Publicado em 10 Maio 2015, 00h49

Quantas horas uma criança precisa dormir?

Até 3 meses, os bebês necessitam de 16 a 20 horas de sono diárias. Nessa fase, ele é polifásico, ou seja, o pequeno desperta a cada três ou quatro horas. Apenas 10% dos meninos e das meninas nascem com um padrão de sono mais uniforme e dormem horas seguidas.

De 3 meses a 1 ano, eles precisam de 13 a 14 horas. Nessa idade, alguns já conseguem dormir a noite toda, mas ainda tiram duas sonecas ao longo do dia: uma de manhã e outra à tarde. Esses momentos de descanso são muito importantes, como conta a Maria Amparo Martinez, pediatra do Hospital Santa Catarina, de São Paulo: “Se a criança não dormir durante o dia, o corpo fica cheio de adrenalina e cortisol (o hormônio do estress) e ela se torna tão agitada que não consegue relaxar para cair no sono à noite”.

Durante o primeiro ano, a criança passa a dormir de 12 a 14 horas. O cochilo da manhã pode ser dispensado, principalmente se ela frequenta uma creche ou escolinha. Até completar 2 anos, o bebê costuma ainda despertar por breves momentos à noite: ele resmunga, emite alguns sons e chega até a chorar, mas volta a dormir sozinho em seguida. “É preciso que os pais evitem a intervenção quando isso acontece. Você pode tirar a criança do sono e o ato de acordá-la naquele horário pode virar um hábito. Aguarde alguns minutos antes de ver se o bebê precisa de você”, aconselha Márcia Pradella, neuropediatra e coordenadora do setor de pediatra do Instituto do Sono da Unifesp, em São Paulo.

Dos 2 aos 5 anos, ela passa a dormir de dez a 12 horas. A necessidade de descanso diminui bastante e aos poucos a criança não precisará das sonecas ao longo do dia.

Criança pode ter distúrbio do sono?

Sim. Quase 40% dos bebês têm um distúrbio chamado parasoníase. A criança tem sono agitado e despertar confuso durante a madrugada, acompanhado de choro. Ela pode até ficar de pé no berço ou se sentar na cama. Muitas vezes, os pais acreditam que o pequeno acordou e o consola, coloca no colo e oferece a mamadeira. Isso pode virar um hábito e atrapalhar o ciclo natural do sono. “O ideal, nesse caso, é interferir o mínimo possível. Deite-a de novo no berço e saia do quarto. Esses são episódios esporádicos e podem durar até 15 minutos”, indica a neuropediatra Márcia Pradella.

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E insônia? É comum nessa fase?

É o distúrbio que mais aparece nos consultórios dos pediatras. O problema se traduz pela dificuldade de começar a dormir ou manter o sono. Isso se deve a duas coisas: a criança não aprendeu a dormir ou tem insônia comportamental por falta de disciplina. Seu filho pode associar o ato de ir para a cama ao balanço do carrinho, por exemplo, e não conseguir pegar no sono de outra maneira ou mesmo de mantê-lo. Outra atitude comum é o pequeno chorar na madrugada e os pais o acudirem logo em seguida. Então, ele relaciona que, ao abrir o berreiro, o papai ou a mamãe vão aparecer.

O que mais pode alterar a qualidade do sono da criança?

Os distúrbios respiratórios, causados, em especial, por um crescimento inadequado do tecido interno do nariz, a adenoide, que dificulta a passagem do ar. Isso leva a um sono todo interrompido. Crianças que têm esse problema costumam respirar mais pela boca do que pelo nariz. O tratamento, nesse caso, deve ser feito por um especialista.

Se ela acordar de madrugada, é preciso oferecer uma mamadeira?

Por volta do sexto mês, o bebê não precisa mais mamar no meio da madrugada. Caso ele acorde, espere e observe antes de oferecer a mamadeira. É preciso que a criança volte a dormir sozinha e, em geral, ela faz isso depois de alguns minutos.

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E as crianças maiores?

Por volta dos 3 anos, os pais acreditam que a criança tem dificuldade para dormir porque ela pede para ouvir a mesma história dez vezes ao ir para a cama. Na verdade, ela acaba pegando no sono por exaustão e não pelo prazer. A neuropediatra Márcia Pradella sugere um jogo de recompensas para estimular a criança a dormir sozinha: a cada dia em que ela conseguir fazer isso, ganha uma estrela. Ao final da semana, o pequeno recebe algo simbólico, como uma ida ao parque. Dessa maneira, ele cria o interesse em dormir e ao mesmo tempo se permite gostar desse momento.

Em geral, são 15 dias de adaptação, mas os pais não podem voltar atrás na decisão. “Eles precisam ter segurança e serem firmes. Uma vez que se consegue isso, você pode até abrir exceções de vez em quando porque dá para voltar à rotina facilmente”, afirma a médica. “As crianças maiores geralmente ‘enganam’ os pais dizendo que estão com fome, dor de ouvido, de barriga, sede… É necessário ter uma rotina para que as coisas entrem nos eixos”, comenta.

Quando é preciso procurar um médico?

Quando você percebe alguma variação de humor ou no padrão do sono. Criança que não dorme bem se torna briguenta e mal-humorada. “Se o pequeno acorda várias vezes por noite, pode ter alteração de concentração e déficit de aprendizado”, afirma Maria Amparo Martinez, pediatra do Hospital Santa Catarina, em São Paulo. A privação de sono crônica tem reflexos ainda no crescimento e na imunidade.

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