Por que mudamos a voz ao falar com o bebê?

Entenda os motivos por trás desse hábito e como isso influencia o relacionamento com o pequeno

Por Redação Pais e Filhos
24 jun 2025, 17h00
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 (Freepik/Reprodução)
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Conversar com um bebê é algo natural, e muitos pais percebem que, sem nem pensar, acabam mudando a voz ao se dirigir ao filho. A entonação fica mais aguda, o ritmo da fala mais lento, e até algumas expressões infantis entram na conversa. Mas por que isso acontece?

Essa mudança na voz e no comportamento ao interagir com bebês tem explicações que envolvem o funcionamento do cérebro e o desenvolvimento da linguagem. Tal forma de falar, muitas vezes chamada de “fala dirigida ao bebê”, tem um papel importante na comunicação e no vínculo entre pais e filhos.

Um comportamento natural e instintivo

A mudança de voz acontece de forma quase automática. Quando os adultos olham para um bebê ou uma criança pequena, tendem a modificar a voz e até agir de forma mais lúdica.

Essa reação está relacionada a um processo neuroquímico no cérebro. A interação com o bebê ativa áreas responsáveis pelo sentimento de recompensa, incentivando comportamentos que trazem acolhimento e reforçam o vínculo com a criança.

Ou seja, mudar a voz ao falar com um bebê não é apenas um costume, mas um reflexo biológico que fortalece a relação entre pais e filhos.

Chamar a atenção do bebê

Além do aspecto emocional, a mudança na voz tem outra função importante: prender a atenção do bebê.

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Quanto mais expressivo o adulto for, maior o interesse da criança na comunicação e quanto mais careta e alteração na voz você tiver, mais seu filho prestará atenção. A tendência é repetir esse comportamento porque ele responde a esses estímulos.

Essa forma de falar facilita a interação e ajuda no desenvolvimento da linguagem. Os bebês respondem melhor a tons variados e ritmos mais pausados, o que contribui para que eles comecem a reconhecer padrões sonoros e palavras.

A importância de variar o tom de voz

Outro ponto importante é que essa modulação da voz pode ser usada para ensinar o bebê a diferenciar emoções e situações.

Em momentos de brincadeira, um tom mais agudo e animado pode incentivar o bebê a interagir. Já em situações que exigem mais seriedade, como ao estabelecer limites, o ideal é usar um tom mais firme.

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Mesmo que o bebê ainda não compreenda todas as palavras, ele percebe a diferença na entonação e começa a associá-la a cada contexto.

Até quando falar assim?

Esse tipo de fala é importante nos primeiros meses, mas não deve se prolongar por muito tempo.

A recomendação é que essa forma de falar seja usada até os 18 meses, no máximo até os 2 anos. Depois desse período, continuar infantilizando a voz pode dificultar o desenvolvimento da linguagem da criança.

A partir dessa fase, os pais podem começar a conversar com a criança de forma mais natural, incentivando-a a aprender palavras novas e a se expressar melhor.

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Corrigir a fala também faz parte do aprendizado

Outro ponto que merece atenção é a forma como os pais reagem quando a criança começa a falar.

É comum que, nos primeiros anos, a criança pronuncie algumas palavras de forma errada. Muitas vezes, os pais acham essa fase engraçada e até repetem as palavras erradas para manter a brincadeira.

No entanto, os especialistas recomendam que os pais corrijam a pronúncia de forma sutil, repetindo a palavra da maneira certa para que a criança aprenda.

O desenvolvimento da fala é um processo natural, mas a forma como os adultos interagem com a criança faz diferença nesse aprendizado.

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Um hábito que fortalece a conexão entre pais e filhos

Mudar a voz ao falar com o bebê pode parecer algo simples, mas tem um impacto importante no desenvolvimento da criança. Esse comportamento fortalece o vínculo entre pais e filhos, estimula a atenção do bebê e contribui para a aprendizagem da linguagem.

Com o tempo, conforme a criança cresce, essa forma de comunicação vai mudando, permitindo que o bebê desenvolva sua fala de maneira natural.

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