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Oscar: “Hair Love” vence com discurso impactante sobre representatividade

"Policiar o cabelo negro é como policiar a nós mesmos, então libertar o cabelo negro significa nos libertar", disse a produtora na cerimônia de premiação.

Por Flávia Antunes
Atualizado em 10 fev 2020, 13h38 - Publicado em 10 fev 2020, 13h24
 (Sony Pictures Animation/Twitter)
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A  92ª edição do Oscar aconteceu neste domingo (9) e encerrou a temporada de premiações do cinema. O destaque ficou por conta do sul-coreano “Parasita”, primeiro longa de língua não inglesa a receber o troféu, além de também ser o único até hoje a ganhar nas categorias de Melhor Filme Internacional (antes chamado de Melhor Filme Estrangeiro) e Melhor Filme. A cerimônia, no entanto,  também teve outros exemplos de que representatividade importa. 

Apesar da frustração por nenhuma mulher ter concorrido no quesito direção e somente uma atriz afro-americana receber uma nomeação, um respiro veio no prêmio de Melhor Curta de Animação, em que os diretores de “Hair Love” subiram ao palco.

O desenho, lançado em dezembro de 2019 pela Sony Pictures Animation e escrito por Matthew A. Cherry, conta a história de Zuri, uma garotinha negra que, com a ajuda de seu pai, batalha para fazer um penteado em seu cabelo afro. Além da mensagem sobre os desafios paternos, a trama caminha para uma mensagem mais profunda sobre autoestima, identificação com as origens e, principalmente, aceitação. Saiba mais sobre o enredo. 

No discurso da premiação, Cherry, diretor e ex-jogador de basquete da NFL, e a produtora Karen Rupert Toliver falaram sobre a temática da obra e sobre a importância de discursos de diversidade no ambiente cinematográfico. “Para nós, essa foi uma oportunidade de levar positividade às animações”, disse ele.

“Quando fizemos a campanha no Kickstarter em 2017, não havia muita diversidade nas animações. Eu me deparei com vários vídeos de pais arrumando o cabelo das filhas, e tinha uma alegria inerente nisso”, acrescentou o diretor.

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Segundo ele, o maior desafio foi manter essa alegria que atraía as pessoas a esses vídeos. “Estar aqui, fazendo isso com cabelo negro e famílias negras, é literalmente um sonho”, falou Cherry. “Eu nunca imaginei, em milhões de anos, que ganharíamos um Oscar por isso”, finalizou.

Em sua fala, Karen reforçou a importância de tramas felizes sobre o cabelo negro. “Nós esperamos que o sucesso do curta mostre que essas imagens positivas são coisas que as pessoas querem ver (…) Você pode fazer histórias mais dramáticas ou mais tristes, mas as histórias alegres também são possíveis e tão poderosas quanto

A produtora também revelou a conexão da produção com sua própria história de vida. Nascida no estado do Texas, ela sempre teve padrões de beleza de pessoas brancas internalizados. “(…) Eu cresci sem nunca me ocorrer que teria a liberdade de usar meu cabelo deste jeito”, contou.

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O discurso terminou com uma frase bastante enfática e com uma visão otimista para o futuro. “Policiar o cabelo negro é como policiar a nós mesmos, então libertar o cabelo negro significa nos libertar”, disse. E ressaltou: “Você percebe que pode usar a mídia para realmente empoderar os outros e dar voz a eles, então esperamos poder fazer alguma mudança social”.

Para comemorar a vitória, a produtora norte-americana postou no Twitter uma ilustração inédita – e fofíssima – da protagonista, abraçando a estatueta do Oscar.

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Ainda não assistiu à “Hair Love”? Prepara o Oscar: “Hair Love” vence com discurso impactante sobre representatividade (e o lencinho), que o curta possui apenas 6 minutos e 47 segundos, mas promete emocionar bastante:

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