Negra e cientista: Barbie cria boneca inspirada em biomédica brasileira
A brasileira Jaqueline Goes foi uma das responsáveis por sequenciar o genoma do coronavírus em 48 horas após a confirmação do primeiro caso no Brasil.
Cada vez mais, a discussão sobre a importância de brinquedos trazerem representatividade aos pequenos tem ganhado força e espaço dentro de grandes marcas, como é o caso da Mattel. No dia 4 de agosto, a responsável pela Barbie anunciou a nova boneca da coleção “Mulheres Inspiradoras”, que é uma homenagem à biomédica brasileira Jaqueline Goes.
Logo no início da pandemia causada pela covid-19, o nome da cientista ganhou atenção da população e não por acaso. Ela foi uma das responsáveis por conseguir sequenciar o genoma do vírus em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso da doença em território brasileiro – marco importante visto que, normalmente, esse levantamento demora em torno de 15 dias para ser realizado.
O sequenciamento rápido fez com que a ciência brasileira entendesse que, diferente do vírus que se alastrava por Wuhan, na China, onde a pandemia começou, o caso brasileiro assemelhava-se mais à cepa que era vista na Alemanha. Essa dedicação de Jaqueline também foi vista nas pesquisas sobre o surto do Zika no Brasil, em 2015.
Mais um passo na representatividade!
Com este currículo de relevância na ciência brasileira, Jaqueline foi escolhida para integrar o grupo de seis mulheres importantes no combate da covid-19 e que já foram transformadas em Barbie. Para a biomédica, o feito é uma realização que ela pensava ser impossível anos atrás, quando bonecas negras eram dificilmente encontradas no mercado – e representando mulheres negras em altos cargos, menos ainda.
Em um vídeo no seu Instagram, emocionada com a conquista, a cientista comentou sobre o assunto. “Eu não sei se vocês têm noção da importância disso. Mas para mim, pessoalmente, era algo inimaginável há dez anos. Uma Barbie negra e que hoje, além de ser negra, é cientista e ela é a Dra. Jaqueline Goes”, disse.
Ainda na legenda da mesma postagem, a biomédica escreveu sobre a relevância da representatividade que é ter uma boneca com o tom de pele escuro, cabelo crespo, de jaleco e, claro, uma máscara em mãos, acessível às crianças. “Neste momento, só consigo pensar em quantas meninas podem ser inspiradas por ela, quantas meninas negras podem olhar e sonhar em seguir a profissão de cientista, onde mulheres ainda são sub-representadas no mundo todo”, enfatizou Jaqueline.
Na coleção, a biomédica brasileira divide o espaço com Amy O’Sullivan e Audrey Cruz, dos Estados Unidos, Chika Stacy Oriuwa, do Canadá, Sarah Gilbert, do Reino Unido e Kirby White, da Austrália.
Assim, mais uma vez somos lembradas: juntas, somos mais fortes!