Legado materno: o futuro que Carol Celico quer deixar para seus filhos
Empresária compartilha reflexões pessoais sobre suas expectativas para o futuro com Luca, Isabella e Rafael

Encerrando essa coluna especial do Mês das Mães, gostaria de deixar uma mensagem de carinho para as mães que me acompanharam durante as últimas quatro semanas por aqui e também aos meus três filhos, Luca, Isabella e Rafael, a quem dedico meu último texto.
Meu caçula acabou de fazer 1 ano de vida, enquanto meus mais velhos já têm sua própria personalidade, seus desejos, sonhos e objetivos. Nesse espaço de idade entre eles, me peguei pensando sobre o futuro de cada um — bem naquela preocupação clássica de toda mãe que, vendo o filho crescer, sente aquela sensação única que mistura orgulho e preocupação.
Sempre tive uma ideia muito forte comigo: que meus filhos pudessem me acessar para tudo e que eles tivessem certeza de que, independentemente do problema, estaríamos juntos para resolver. Não importa o quanto o mundo muda, ou a velocidade com que ele muda, essa ideia não foge nem da minha mente, nem do meu coração. Em Luca e Isabella consigo ver que, mesmo tendo me culpado várias vezes e procurado erros em mim mesma como mãe, percebo que fiz um bom trabalho. Consegui refletir neles pilares que acredito serem muito importantes — amor, união, honestidade, garra, fé, coragem —, e hoje, com meu bebê no colo, consigo me acalmar e repetir para mim mesma com confiança que tudo vai ficar bem.
Da minha primeira gestação até a mais recente, o mundo é completamente diferente. As inseguranças também tomaram uma nova roupagem. Em uma realidade onde crianças estão sempre nas redes sociais, se expondo e lidando com as consequências da maldade alheia, um dos meus maiores desejos é que meus três cresçam com carinho por si mesmos. Essa foi uma lição que demorei um pouco para aprender, talvez por ter passado tanto tempo da minha vida como figura pública, mas definitivamente é uma das lições mais valiosas.
Como mães, tantos falam para nós o “jeito certo” de fazer as coisas, apontam o dedo e criticam, seja dentro de casa, com amigos e até o público nas redes sociais. Dentre todas essas pessoas, a única que você tem controle é você mesma, por isso, a forma que você vai receber esses comentários é o que vai ditar seus sentimentos. Percebi em determinado momento que o carinho que tenho com meus filhos, é o carinho que posso ter por mim, e vice-versa. O Rafael, que aproveitou bastante seu primeiro aniversário, já vem acompanhado dessa minha versão que não se culpa tanto, que entende que tudo bem algumas coisas fugirem do controle e que só nós mesmas, mães, vamos saber o que é necessário para nosso próprio bem-estar e dos nossos filhos.
Quero que meus eternos bebês continuem crescendo e amadurecendo com essa filosofia em mente: o amor para com os outros é equivalente ao que você pode fornecer para si mesmo. Acredito que essa ideia completa perfeitamente um ensinamento que recebi do meu pai, que sempre dizia que “tudo coopera para o nosso bem”. Os desafios do dia a dia estão cada vez mais complexos, e as preocupações de uma mãe parecem nunca ter fim, mas, desde os pequenos até os maiores, nossos filhos são fortes como nós. Olhar para si mesmos com compaixão nos faz encarar esses obstáculos com um pouco mais de leveza, entendendo que cada uma dessas batalhas internas e frustrações nos leva para uma posição mais resiliente.
Quando eles estiverem grandinhos, vivendo as próprias vidas em suas próprias casas, comigo cobrando uma visita para almoçarmos juntos e compartilharmos as últimas novidades, vou ter a certeza de que vão estar bem, se escutando, respeitando seus limites, buscando seus objetivos e se realizando. Claro, minha preocupação nunca vai desaparecer, mas pelo menos, lá na frente, quando meu papel de mãe virar o de avó — ou até bisavó —, estarei tranquila sabendo que o amor parte deles e transborda para todos ao redor. É partindo desse pensamento que as relações ganham mais brilho, que os sonhos têm mais valor e cada conquista, ainda que mínima, é uma celebração enorme.
Esse é o legado que eu, Caroline Celico, quero deixar para meus filhos.