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Em Israel, casal salva bebês antes de morrer. Famílias vivenciam desespero

As crianças foram resgatadas com vida depois de 12 horas sozinhas em esconderijo. Veja relatos desoladores sobre a guerra, que se multiplicam na região

Por Carla Leonardi
Atualizado em 10 out 2023, 16h08 - Publicado em 10 out 2023, 15h04
Na foto, uma porta branca, aberta, com a chave na fechadura, repleta de furos de bala. No meio da porta, há uma mancha de sangue escorrida. Na parede branca, ao lado, também há furos de bala.
 (Alexi J. Rosenfeld / Correspondente autônomo/Getty Images)
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Não é de hoje que o conflito entre Israel e Palestina existe, mas, desde que os ataques do grupo palestino Hamas tiveram início no último sábado, 7, civis vêm sendo sequestrados e mortos – entre eles, idosos, mulheres, grávidas e crianças.

Em meio a tantas histórias que chamam a atenção da mídia internacional, está a de Itai e Hadar Berdichevsk, casal israelense que vivia em um kibutz (espécie de comunidade coletiva) com os filhos gêmeos, de 10 meses, próximo à Faixa de Gaza.

Ao notarem que membros do Hamas estavam entrando nas casas, Itai e Hadar esconderam os filhos em um bunker. Logo depois, a residência foi invadida e os pais foram mortos. De acordo com o site israelense Walla, as forças de segurança encontraram os bebês após cerca de 12 horas, ainda com vida, e os entregaram a uma avó.

No Twitter, o embaixador israelense na Colômbia, Gali Dagan, compartilhou a história: “Imagine o horror. Dois pais aterrorizados, fazendo tudo que podem para salvar seus filhos, que agora ficaram órfãos”, lamentou.

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Outro caso desolador é de uma mãe que compartilhou a conversa por aplicativo com a filha, logo depois que a garota viu, ao lado do irmão, o pai ser morto. Reut Karp postou em seu Facebook prints das mensagens trocadas. “Mãe, é Daria… Papai foi assassinado. Stav também. Socorro”, escreveu a menina. Stav era um colega do pai de Daria, Dvir. As crianças foram resgatadas depois por civis, relatou a mãe na rede social.

Os efeitos da guerra

O drama do conflito armado tem atingido famílias inteiras. São pais, filhos, avós que perdem a vida ou se mantêm em constante estado de alerta. A brasileira Aline Szewkies, guia turística em Israel, está grávida de nove meses e seu marido, israelense, foi convocado pelo exército. Em entrevista à Band News, ela comentou a situação. “O serviço militar em Israel é obrigatório tanto para homens como para mulheres. (…) Infelizmente, é a primeira vez que realmente isso foi necessário, então ele foi chamado no próprio sábado para se apresentar e está agora num dos frontes protegendo Israel”, relatou.

Aline está na reta final da gestação e segue em casa com o primogênito, de um ano e dez meses (escolas e creches foram fechadas em razão do conflito armado).

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Já Rebecca Solomon, ex-repórter da TV de Nova York, estava presa em Israel com o bebê de oito meses, onde visitava familiares. “Fico com medo do que está por vir à noite”, relatou em seu perfil no Instagram. Em seguida, ela compartilhou com os seguidores que conseguiu voltar aos Estados Unidos. “Não foi fácil”, disse.

Destruição de famílias israelenses e palestinas

De acordo com a CNN, há crianças entre os reféns capturados pelo Hamas, espalhados por diferentes locais da Faixa de Gaza. Richard Hecht, tenente-coronel e porta-voz israelense, afirmou à rede de notícias que, além de soldados, “civis, crianças e avós” estão sendo mantidos em cativeiro.

No outro lado do conflito, parte de uma questão histórica extremamente complexa, a Defense Children Palestine afirmou que ao menos 91 crianças palestinas morreram no contra-ataque de Israel em Gaza. Segundo o jornalista Hassan Eslayeh, 13 membros de sua família – entre os quais, cinco crianças – foram mortas por um ataque aéreo israelense.

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