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8 desenhos animados que levam diversidade para a TV

Protagonistas negras, várias configurações familiares, crianças que são “gente como a gente”: a televisão está acompanhando a evolução da sociedade

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 23 nov 2017, 08h56 - Publicado em 23 nov 2017, 08h55

Foi-se o tempo em que os desenhos animados da TV praticamente ignoravam a diversidade que o mundo oferece. Hoje, atendendo à vontade do público de se ver representado e com a chegada de pessoas com diversas bagagens culturais e emocionais a postos de roteiristas, ilustradores e executivos de estúdios e emissoras, as atrações retratam cada vez mais as muitas realidades vividas pelos telespectadores.

Confira oito desenhos animados que mostram com naturalidade e inteligência o mundo em que vivemos.

Doutora Brinquedos

(Reprodução/Reprodução)

A protagonista é uma menina negra que quer ser médica por se espelhar na mãe, que exerce essa profissão. Para treinar os atendimentos enquanto brinca, ela transforma seus brinquedos em pacientes. Às vezes, a Doutora conta com o auxílio materno enquanto o pai cuida da casa e do filho caçula da família, pois as tarefas domésticas são divididas por igual entre os adultos. Já aconteceu de, em um episódio, ela formar um casal homoafetivo e interracial com duas bonecas, mães de dois filhos – tudo com a maior naturalidade, para falar sobre como se proteger de terremotos, sem focar especificamente na sexualidade das duas.

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Steven Universo

(Reprodução/Reprodução)

Filho de um humano e de uma Crystal Gem que morreu quando ele nasceu, Steven se une ao grupo de mulheres da mesma espécie que a mãe – elas são guardiãs com poderes mágicos que protegem a Terra. Uma delas, Garnet, é a fusão de duas Gems, Safira e Ruby, que podem ter se fundido devido a um romance (isso fica insinuado quando ela conta ao menino sobre sua origem). Fato interessante: a autora do desenho é Rebecca Sugar, a primeira mulher a criar individualmente um desenho para a TV norte-americana.

O Show da Luna

(Reprodução/Reprodução)

Luna é uma menina de 6 anos que passa por cima de discussões sobre o que é atividade de menina e o que é atividade de menina e faz o que gosta: busca explicações científicas ou práticas para tudo que a cerca. O lance de Luna é com as ciências, especialmente química, física, botânica e astronomia. Nada de princesas ou carrinhos. Um ótimo incentivo para as meninas entenderem que podem estudar e ser boas no que quiserem. O Show da Luna é um desenho brasileiro, dos mesmos criadores do Peixonauta.

As Meninas Superpoderosas

(Reprodução/Reprodução)

O girl power é marca registrada do desenho, que agora abraça também a diversidade racial: Lindinha, Florzinha e Docinho ganharam a companhia de Estrelinha, uma menina superpoderosa negra. Ela é uma adolescente que ficou perdida por anos e finalmente chegou a Townsville para ajudar a combater os vilões. Além disso, sempre que possível, o enredo da animação toca em assuntos contemporâneos delicados. Foi o caso da identidade de gênero, em um episódio sobre um pônei que se sentia um unicórnio.

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Clarêncio, o Otimista

Clarêncio e as mães de Jeff (Reprodução/Reprodução)

Ingênuo até o último fio de cabelo, Clarêncio mora com a mãe e o padrasto. Em casa, a mãe é a chefe das decisões e das finanças, e o marido lida muito bem com isso. Jeff, um dos melhores amigos de Clarêncio, tem duas mães, uma bem mulherzinha e uma mais masculinizadas, e não fica claro se ele é adotado ou filho biológico de uma delas. E, mais uma vez, tudo bem. As situações são mostradas com a maior naturalidade, como retratos do que acontece no dia a dia da vida real.

Peppa Pig

(Reprodução/Reprodução)

Igualdade de gêneros e autonomia feminina são dois assuntos bem presentes nos episódios do desenho da porquinha mais famosa dos últimos tempos. Para começar, na casa da família de Peppa as tarefas de cuidar dos afazeres domésticos e de cuidar de coisas do trabalho fluem naturalmente entre o pai e a mãe. E tem também as personagens femininas que exercem funções tradicionalmente encaradas como “masculinas” – há uma bombeira, por exemplo.

The Loud House

(Reprodução/Reprodução)

O desenho é sobre a família Loud, com foco em suas 11 crianças: Lincoln e dez meninas, com idades entre 1 e 17 anos. Entre as irmãs há de tudo, da bonequinha à moleca que gosta de se sujar enquanto brinca, passando pela gótica e pela atlética, entre outras. O interessante é o respeito pela personalidade de cada menina, sem forçar que elas se moldem a qualquer padrão. A de 15 anos, Luna, inclusive é bissexual. Outro ponto inclusivo do desenho é Clyde, o melhor amigo de Lincoln, que é filho de Howard e Harold, um casal gay interracial.

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Hora de Aventura

(Reprodução/Reprodução)

Os protagonistas são Finn e o cachorro Jake, mas ao redor deles tem muito girl power e até lições sobre assédio sexual – mas, no geral, a abordagem à diversidade é sutil e fica nas entrelinhas dos diálogos. As princesas não têm nada a ver com o padrão “lindas e indefesas” e são guerreiras, fortes, valentes e até um pouco mandonas. Duas delas, Jujuba e Marceline, aparentemente já namoraram (isso fica implícito na interação e nos diálogos das duas). A parte do abuso sexual fica no Rei Gelado, que sempre assedia as meninas de forma desrespeitosa e é advertido por isso.

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