Durante a gestação da esposa, Fernando Strombeck criou a página Papai Comédia para compartilhar suas experiências, descobertas e, claro, histórias engraçadas – tudo para se aproximar mais desse momento tão especial enquanto pai. Aqui, Fernando revela como está vivenciando a paternidade e como ele vê o machismo ainda presente na nossa sociedade.
“Torne-me pai aos 31 anos, um ano após me casar e depois de nove anos de relacionamento. Foi algo planejado, pretendíamos ter filhos depois que a minha esposa terminasse a graduação. Ela se formou em engenharia e já emendou uma pós-graduação, adiando um pouco os nossos planos. Depois de se formar, ela cogitou a possibilidade de fazer na sequência um doutorado ou outro curso universitário, mas dessa vez eu não caí na conversa dela. Em outubro de 2015, começamos a nos preparar.
Para mim, a ficha caiu no primeiro ultrassom, quando ouvi o coração da minha filha batendo pela primeira vez. Foi uma sensação inexplicável, que foi se repetindo a cada nova descoberta ao longo da gravidez da minha esposa. Como quando a minha filha deu o primeiro chute, quando ela sorriu no ultrassom ou quando eu toquei nela pela primeira vez.
Morei com a minha mãe até os 13 anos na capital paulista e depois passei a morar com meu pai no interior de São Paulo. Até então, tive pouco contato com ele. Talvez esse distanciamento do meu pai na minha infância seja um dos maiores motivos que fazem com que eu me dedique tanto ao Papai Comédia, que tem o objetivo de aproximar mais o pai à criação dos filhos. Sei o quanto a minha esposa esteve mais segura e forte para encarar todas essas transformações da gravidez e os desafios da maternidade por conta da minha presença.
Infelizmente, acho que o trabalho da mulher enquanto mãe ainda é muito menosprezado, mas acho que isso está mudando. A sociedade está de certa forma mais informada, as mulheres mais unidas e a figura paterna aos poucos está se fazendo mais presente na criação dos filhos. Estou com a página Papai Comédia há quase um ano e vejo muitos homens querendo participar mais da gestação de suas esposas. Da mesma forma, recebo mensagens de mães agradecendo, pois o marido não estava se envolvendo muito com a sua gravidez e, vendo os meus vídeos, passou a se envolver mais.
Acho que quanto mais nós, como influenciadores, discutirmos esses assuntos com a sociedade, também com humor e informações, mais a sociedade vai respeitar e entender o quanto é importante não só o papel da mãe, mas também o papel do pai. A paternidade tem sido transformadora em todos os sentidos. Outro dia escutei de um amigo: ‘Eu não sei se estou preparado para ser pai. Não consigo cuidar nem de mim. Tenho medo de machucar o bebê, de ele ficar chorando e eu não saber o que fazer’. Um dia, esse questionamento também passou pela minha cabeça. Acho que grande parte dos homens pensa isso em algum momento da vida.
Uma das coisas que descobri com a paternidade é que, por mais que você nunca tenha segurado uma criança, depois que seu filho nascer, você instintivamente vai descobrir que é o melhor segurador de bebês do mundo. Pelo menos para o seu filho. Se você não consegue cuidar de você direito hoje, relaxe, que depois que seu filho nascer, você vai começar a cuidar muito melhor de você mesmo. Você não vai querer ficar doente com um bebê em casa. Você vai fazer de tudo para viver mais e ver o seu filho crescer. Já sobre a frase: ‘E se ele começar chorar?’, afirmo que tudo resolve se você substituí-la por: ‘E se ele olhar nos meus olhos sorrindo?’. De resto, o instinto de pai resolve. Sempre”.