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6 dicas práticas para evitar a birra das crianças

Algumas atitudes simples dos adultos que ajudam a tornar o dia a dia com os filhos muito menos complicado

Por Carla Leonardi
Atualizado em 16 nov 2022, 11h37 - Publicado em 13 nov 2022, 10h00

Por muito tempo considerada pelo senso comum como uma forma simplista de chamar a atenção ou como uma desobediência infantil, a chamada “birra” é, atualmente, compreendida a partir da imaturidade do cérebro da criança.

Com a evolução da ciência e dos estudos sobre primeira infância, sabe-se, hoje, que chorar e espernear são maneiras que os pequenos encontram, com os poucos recursos que ainda têm, de lidar com as emoções. É por isso que eles precisam de acolhimento e de auxílio para nomear os sentimentos. É por isso, também, que vale dar uma ajudinha para que esses momentos aconteçam com menos frequência – e práticas simples colaboram muito para isso. Veja, a seguir, algumas dicas que valem ouro!

1. Ter uma rotina

Uma ótima ferramenta para evitar a birra é manter uma rotina clara com a criança, pois quando se tem uma programação bem estabelecida, a resistência às tarefas e atividades do dia a dia diminuem consideravelmente”, afirma Aline De Rosa, especialista em desenvolvimento infantil integrativo.

Assim, quanto mais acostumada ao cotidiano, menos “à deriva” a criança se sente, pois está quase sempre preparada para o que vai acontecer em seguida. É lógico que, quando essa rotina se quebra, é possível que gere frustração – e também é importante que o pequeno a vivencie. Mas o essencial, aqui, é ter isso em mente e estar preparado para a reação que é normal e até esperada, compreendendo que não se trata de um problema de comportamento, mas de algo natural ao desenvolvimento infantil.

2. Fazer combinados transparentes

“O grande segredo de momentos como o de desligar a TV, sair do tablet ou até mesmo ir embora de algum lugar que a criança goste muito, como um parquinho ou a casa de um amigo, é a previsibilidade e a autonomia”, orienta Aline.

É importante explicar desde o início que há um horário para acabar, mostrar o relógio para o pequeno e, por exemplo, dar autonomia para que ele desligue a televisão, guarde o tablet ou até arrume as coisas para ir embora. “Assim, ele sente que está participando da ação”, diz a especialista. Ok, a fórmula não é mágica e nem sempre vai funcionar, mas quanto mais se pratica, mais a criança se acostuma.

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Pai lendo livro com criança
(cottonbro/Pexels)

3. Criar rituais

Esta dica segue lado a lado com a rotina. Estabelecer pequenos rituais facilita a compreensão e a introjeção das tarefas diárias para os pequenos. “Por exemplo, antes de dormir, os pais já podem ir dando atividades menos estimulantes para a criança, dar um banho e depois ler uma história em um lugar com as luzes mais baixas e sem o estímulo de telas. Tudo isso contribui para ela entender que está chegando a hora do sono”, sugere Aline.

E não precisa ser nada muito elaborado. Cantar uma música para guardar os brinquedos, prender os cabelos antes de ir para a escola… Coisas aparentemente simples, mas que contribuem muito para que os filhos se acostumem ainda mais à rotina.

4. Proporcionar escolhas limitadas

Sabendo que algumas situações não são opcionais – como tomar banho, escovar os dentes, ir à escola… – é interessante dar alternativas de outras escolhas para a criança, para que ela se sinta autônoma e independente em alguma medida. Para funcionar melhor, o ideal é que essas escolhas sejam limitadas, considerando também a fase em que ela está.

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“Por exemplo, não pergunte à criança se ela quer se vestir, porque a resposta vai ser não. Ao invés disso, apresente duas opções de roupa e questione: ‘Qual das duas você quer escolher?’”, ilustra a profissional. Segundo ela, esse é um ótimo recurso para dar autonomia aos pequenos sem que os pais percam o controle da situação.

5. Unir fala e ação

Nós aprendemos muito mais pelo exemplo do que pela fala e, por isso, o comportamento dos pais influencia mais a ação das crianças do que aquilo que eles falam. Por isso, se você não quer que seu filho chore por não poder mexer no tablet na hora da refeição, talvez seja o caso de também não ficar com o celular à mesa. Ainda que as necessidades de adultos e crianças sejam diferentes, vai ser muito mais natural para elas apenas repetirem o que observam.

Além disso, Aline lembra que unir fala e ação vale também para os acordos com os filhos: “De forma firme e gentil, se houve um combinado anterior com a criança, ela precisa entender que ele deve ser cumprido. Só assim passa a entender quais são os limites”.

6. Entender as necessidades de cada idade

Quem convive com crianças sabe que um pequeno com sono, com fome e cansado pode virar uma verdadeira ferinha o que tem a ver com a falta de controle das próprias sensações e emoções. Sabendo disso, é importante levar essas necessidades em consideração para evitar momentos de “birra”atitude aparentemente simples e básica, mas que faz toda a diferença.

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