Segundo estudo, 39 minutos de sono a menos já impactam o dia da criança
Pesquisa aponta que mesmo mudanças pequenas nos hábitos de dormir podem influenciar negativamente em fatores como alimentação e desempenho escolar
Um estudo publicado no JAMA Network observou como a falta de sono pode causar efeitos negativos em crianças e concluiu que 39 minutos a menos durante a noite já são suficientes para um bem-estar físico e mental consideravelmente menor.
Liderada por Rachel Taylor, PhD que atua no Departamento de Medicina da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, a pesquisa acompanhou 100 crianças saudáveis entre 8 e 12 anos escolhidas de forma randômica, e seguiu um experimento: durante uma semana, elas foram colocadas para dormir uma hora antes do usual. Depois, ao longo da semana seguinte, uma hora mais tarde do que estavam acostumadas.
Então, pais e crianças responderam a um questionário de HRQOL (health-related quality of life, “qualidade de vida relacionada à saúde”, em tradução livre, que abrange três áreas principais: física, mental e social). A partir das respostas, foi observado que, quando os pequenos dormiam menos, acabavam consumindo mais alimentos de baixa qualidade nutricional, passavam mais tempo sedentários e ocupados com atividades mais “leves” ao longo do dia. Além disso, o bem estar geral se mostrou afetado, interferindo até mesmo no desempenho das funções escolares.
A importância do sono para as crianças
De acordo com os resultados compartilhados no artigo, durante a semana de restrição, as crianças, em média, foram dormir 64 minutos mais tarde e acordaram 18 minutos depois do usual, resultando em 39 minutos a menos de sono por noite em comparação à semana de extensão do tempo de dormir, o que teve consequências visíveis ao longo dos dias.
“Mesmo reduções relativamente pequenas na duração do sono podem ter efeitos consideráveis na qualidade de vida das crianças”, afirmam os pesquisadores, que concluem o artigo: “Esses resultados mostram que garantir que elas tenham uma boa qualidade de sono é importante para a saúde infantil”, reforçando a necessidade de novas pesquisas.