Impressões digitais são únicas e duram a vida toda! Cada pessoa carrega seu próprio padrão nos dedos. Eles são formados por faixas espessas de pele, que crescem rapidamente para cima durante o desenvolvimento do bebê no útero.
Ainda que, ao longo tempo, cientistas tenham se dedicado a estudar mais sobre essas pequenas linhas, até então, não se sabia exatamente como as impressões digitais se formavam na gestação. Mas pesquisadores da Universidade de Edimburgo parecem ter feito avanços na investigação do assunto, segundo um artigo publicado na revista científica Cell, em 9 de fevereiro.
Quando as impressões digitais são formadas?
Nossa pele das mãos e dos pés é coberta por finos sistemas de cristas (elevações), chamados de dermatoglifos. Eles melhoram a aderência da região e nos ajudam a identificar texturas. Nas pontas dos dedos, esses dermatóglifos formam padrões complexos – as impressões digitais –, que são desenvolvidos antes do nascimento do bebê e mantidos ao longo da vida.
Os tipos mais comuns de padrão de impressão digital são o “arch” (arco, em inglês), o “loop” (presilha) e o ”whorl” (verticilo). O arco é a configuração mais simples, em que há linhas paralelas que se estendem de lado ao outro do dedo. A presilha é constituída por linhas que se curvam, e o verticilo apresenta saliências em forma de “Y”, que convergem em três ângulos diferentes. Veja na imagem a seguir:
As primeiras cristas da pele começam a se formar aproximadamente na 13ª semana gestacional (início do 4° mês). A seleção do padrão entre arco, presilha ou verticilo é definida na semana 15 e o processo de formação é concluído no início do segundo trimestre (17° semana). A partir de então, cristas secundárias menores começam a aparecer entre as mais velhas e a superfície da pele torna-se, periodicamente, elevada.
Como o padrão surge?
Os pesquisadores descobriram que o mecanismo que define o padrão da impressão digital é parecido com o de coloração das zebras. As primeiras cristas surgem a partir de três pontos diferentes em cada extremidade dos dedos. Elas irão crescer periodicamente com a formação das glândulas sudoríparas e serão cercadas por cristas menores e mais novas.
São essas ondas de saliências e colisões que irão definir o formato da impressão digital, que segue o conhecido padrão de Turing (formas presentes na natureza que surgem de maneira natural e autônoma). Todo esse processo está ligado à ação de duas proteínas, uma que estimula o desenvolvimento dos sulcos da pele, e outra que o inibe.
“É um estudo muito bem feito. Mostra que a formação de impressões digitais segue algumas temáticas básicas que já foram estudadas em outros tipos de padrões que vemos na pele”, disse Sarah Millar, diretora do Black Family Stem Cell Institute na Icahn School of Medicine em Mount Sinai, Nova York, para a Science News.