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8 fatos sobre a moleira (ou fontanela) do bebê

A parte de cima da cabeça de recém-nascidos, diferente da dos adultos, é molinha, pois o crânio não está completamente fechado. Saiba mais sobre o assunto

Por Da Redação
13 set 2023, 14h57

Como se um recém-nascido, por si só, não parecesse frágil o suficiente, ele ainda vem com alguns “itens extras” que costumam deixar os pais, sobretudo os de primeira viagem, mais tensos nas semanas iniciais de vida fora da barriga. Um deles é a moleira ou fontanela. Conversamos com especialistas que deram mais detalhes sobre o assunto, falaram sobre a relação com o nascimento e o desenvolvimento infantil, sobre os cuidados adequados e sobre como reconhecer os sinais de que algo não vai bem.

O que é a moleira ou fontanela?

O nome correto do que chamamos de moleira é fontanela. Bebês nascem com regiões da cabeça molinhas (seis, especificamente), como já diz a palavra pela qual é popularmente conhecida. O crânio deles não é completamente fechado e, como você vai entender adiante, há razões importantes para isso. Veja oito fatos importantes sobre o tema!

1. Não é só uma única moleira

O recém-nascido não chega ao mundo com somente uma abertura no crânio e, sim, seis – sendo duas superiores e quatro laterais. As superiores, que ficam na parte de cima da cabeça, podem ser percebidas mais facilmente. “As fontanelas são espaços macios e membranosos. Os ossos da cabeça do bebê estão separados por linhas, chamadas suturas, e têm duas aberturas no alto, que são a fontanela anterior e a posterior”, explica a pediatra neonatologista Maria da Glória Neiva, diretora de pediatria do Hospital Vitória, da rede Americanas (RJ). Com o tempo, conforme a criança cresce e se desenvolve, essas aberturas vão se fechando e o crânio passa a envolver completamente a cabeça.

2. Há uma razão para a existência dela

O bebê não nasce com parte da cabeça “desprotegida” apenas para dar um susto nos pais. “As principais funções das suturas e das fontanelas são facilitar a passagem do bebê na hora do parto e, posteriormente, permitir o crescimento adequado do cérebro”, diz a neonatologista. A “moleira” permite que os ossos do crânio se movimentem, ajustando o tamanho da cabeça ao canal vaginal, no momento do nascimento. Além disso, se não existissem essas aberturas, o cérebro da criança não teria espaço para crescer na velocidade e na dimensão com que isso ocorre nos primeiros meses de vida.

3. Cada uma tem seu tempo

O recém-nascido tem duas fontanelas principais – e cada uma tem um momento esperado para fechar. De acordo com Maria da Glória, o fechamento da posterior se dá até o segundo mês de vida. Já o da anterior, entre 9 e 18 meses. “Durante o período em que o cérebro cresce com mais velocidade, é comum que a fontanela permaneça grande. Conforme essa velocidade de crescimento diminui, a fontanela vai se fechando aos poucos”, afirma a médica.

“Fontanelas muito pequenas, que fecham muito precocemente, ou muito amplas, que demoram a fechar, podem estar relacionadas com diversas doenças e devem ser avaliadas por um pediatra e/ou neurologista”, aponta a pediatra Paula de Camargo Traldi, supervisora da Emergência Pediátrica do Hospital Glória D’Or e presidente do Departamento de Emergência da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ).

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recém-nascido no colo do pai
(monkeybusinessimages/Getty Images)

4. Situações que podem indicar problemas

Segundo Paula, uma fontanela grande ou que demora para fechar pode estar relacionada à prematuridade ou a uma série de doenças, como hidrocefalia, hemorragias, hipotireoidismo, infecções congênitas e diversas síndromes. “Já o fechamento precoce das suturas (fusão dos ossos) e da fontanela pode gerar alterações estéticas no formato do crânio, sem outras implicações – uma condição conhecida como craniossinostose. É possível que isso indique ainda doenças como microcefalia, hipertireoidismo e algumas síndromes”, explica a pediatra.

“O reconhecimento precoce da fusão das suturas e do fechamento da moleira aumenta a chance de sucesso do tratamento, que varia de acordo com a causa e o tipo de fechamento”, acrescenta. Por isso, o acompanhamento médico regular é fundamental.

5. O volume importa

Além do momento em que as fontanelas se fecham ou deixam de fechar, outro ponto importante para se prestar atenção é o volume. “A fontanela é uma membrana composta, em grande parte, por líquido e, portanto, se está mais baixa que o habitual ou abaulada (mais alta, com uma protuberância) e acompanhada de outros sintomas, como vômitos, febre ou sonolência, é importante procurar a avaliação do pediatra”, recomenda a médica Maria da Glória. Assim, o profissional avalia o que está causando esse aumento ou diminuição de volume, que pode indicar pressão intracraniana ou desidratação, por exemplo.

6. Sim, a “moleira” pode pulsar

Diante de um choro intenso, causado por algum desconforto, é normal que a fontanela apresente pulsação, afirma a pediatra. “Entretanto, caso o aspecto persista, mesmo com a criança tranquila, ou se houver sintomas associados, como febre, sim, é preciso buscar orientação do pediatra”, recomenda.

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7. Cuidado, frágil!

Ter uma parte da cabeça visivelmente desprotegida pelos ossos gera angústia e medo, pois parece que o bebê é ainda mais frágil – e é mesmo! “Traumas de crânio em crianças menores de 2 anos sempre devem ser avaliados por um médico”, afirma a pediatra Paula. “Quanto menor a idade, maior a chance de fraturas e sangramentos. Por isso, é tão importante a prevenção de acidentes. Então, não deixe bebês dormindo em camas sem proteção ou grades, não use carrinhos ou bebê confortos sem cintos de segurança. Quedas da cama, trocador e carrinhos são as mais frequentes causas de lesões não intencionais em crianças com menos 2 anos”, reforça. Atenção!

8. Avaliação mensal é essencial

O principal cuidado com a moleira, além de evitar quedas e batidas, é levar a sério as visitas frequentes ao pediatra. No primeiro ano de vida, as consultas são mensais e, em todas elas, o médico deve avaliar as fontanelas – se estão fechando conforme previsto, se o crescimento está adequado, medindo o perímetro cefálico.

Diante de qualquer sinal diferente, ele provavelmente pedirá uma avaliação mais aprofundada, como uma tomografia, para verificar se há necessidade de intervenção médica.

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