Daniele Chevalier Carneiro, 32 anos, é mãe do Rafael e do Gustavo, de 10 meses, dentista e idealizadora do Instagram Dani Chevalier Carneiro. Aqui, ela fala sobre a sua experiência de amamentar gêmeos. Confira!
“Assim que descobri que estava grávida, uma das coisas que eu mais desejei foi poder amamentar. Além de todos os benefícios nutricionais que o leite materno proporciona para a criança, sempre achei muito bonita a troca de carinho entre mãe e filho nesse momento tão especial. Sempre tive isso em mente. Na primeira ultrassonografia que fiz – com seis semanas de gestação – descobri que estava esperando dois bebês! Aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida! Por incrível que pareça, eu não fiquei com medo ou assustada com a situação. A única coisa que eu conseguia pensar era que eu estava sendo duplamente abençoada.
Mas com o passar do tempo, comecei a me questionar: será que é possível amamentar gêmeos exclusivamente, sem complemento? A maioria das pessoas me dizia que eu não conseguiria, que dificilmente teria leite suficiente para alimentar dois bebês ao mesmo tempo. Também falaram que eu deveria me preparar e comprar vários tipos de mamadeiras nas compras de enxoval. Foi o que eu fiz: adquiri todos esses produtos – desde mamadeiras até bombas para tirar leite – para me precaver caso eu não conseguisse amamentar os meus filhos. Mas no fundo, dentro de mim, existia esperança. Eu sabia que eu precisava tentar – se não desse certo, tudo bem, eu seguiria em frente.
Então, quando eles nasceram, pedi para amamentá-los ainda na sala de parto. Nunca me senti tão plena e feliz – eu estava oferecendo para os meus filhos o melhor alimento que eles poderiam receber! Resolvi me dedicar muito e fazer tudo que estava ao meu alcance para que a amamentação desse certo. Meu leite demorou um pouco para descer, enquanto isso, eles mamavam o colostro – que também é importante para a imunidade. No hospital, as enfermeiras mediam a glicemia dos bebês diariamente e elas perceberam que os gêmeos estavam ficando com hipoglicemia, sendo alimentados somente com colostro. Por isso, foi necessário entrar com complemento – que era oferecido para eles em copinhos. Nesse momento fiquei apreensiva, pois tinha muito medo de não ter leite suficiente, mas no quarto dia após o parto, o leite desceu. Depois disso, devido à demanda deles, minha produção foi aumentando e tiramos o complemento.
Apesar de toda a vontade que eu tinha de amamentar, preciso confessar que as duas primeiras semanas após o parto foram extremamente difíceis. Para algumas mulheres, esse processo de adaptação é tranquilo, mas não foi o meu caso. Eu sentia muitas dores durantes as mamadas e tive fissuras nos dois seios, que até sangravam. Além disso, a privação de sono também dificultava, já que eu amamentava os meus filhos por livre demanda. Esse período de adaptação foi bem complicado, mas meu marido e a minha mãe me encorajaram a seguir em frente e não desistir. Foi o que eu fiz.
Eu amamentava praticamente o dia todo – quando um terminava, já estava quase na hora do outro bebê mamar. Apesar dos incômodos, continuei insistindo e depois de duas semanas, quase não sentia mais dor. As fissuras também foram se curando e a amamentação passou a ser um momento mágico de prazer e amor – do jeito que eu sempre sonhei. Dessa forma, amamentei exclusivamente os meus gordinhos até os seis meses. Hoje, eles ainda se alimentam do leite materno – além do artificial, que entrou na dieta aos 10 meses por recomendação médica.
Minha meta é que eles mamem até pelo menos completar um aninho de vida. Eu simplesmente amo ter esses momentos com os meus filhos e sentirei muita saudade quando passarmos essa fase. Sou muito feliz por ter realizado o meu sonho e também me sinto orgulhosa porque venci minha batalha contra o cansaço e todas as inseguranças normais que as mães de primeira viagem têm. Por fim, se você está no processo de adaptação da amamentação, não desista e também não dê ouvidos a todas as pessoas que questionarão se você realmente conseguirá. Siga sempre o seu coração! Para as mamães que, por diversos motivos, não conseguiram vivenciar essa experiência, meu conselho é para que elas não se culpem, não se cobrem ou se comparem. Lembrem-se de que cada caso é um caso. Além disso, existem muitas outras etapas tão importantes quanto à amamentação no desenvolvimento dos filhos. O importante mesmo é estar sempre perto e oferecer muito amor!”