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Esclareça dúvidas sobre amamentação

Bebê Responde: especialistas solucionam dúvidas frequentes sobre o aleitamento materno. Mande também a sua pergunta!

Por Redação Bebê.com.br
Atualizado em 20 jul 2017, 20h49 - Publicado em 4 jul 2015, 20h05
Thinkstock/Getty Images
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1. “Minha licença-maternidade está terminado e vou voltar ao trabalho. Como devo proceder se o meu bebê ainda mama no peito?”

Quando você voltar ao trabalho, a amamentação deve continuar. A única diferença serão os horários. Tente amamentar duas vezes ao dia: antes do trabalho, no início da manhã, e à noite. Logo após cada mamada, retire um pouco do seu leite com a bomba – manual ou elétrica – e o congele para o restante do dia. Dessa maneira, seu bebê vai poder ser alimentado enquanto você está longe.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 34% das mães brasileiras que voltam ao trabalho deixam de amamentar. Mas você não precisa fazer parte dessa estatística.”Tire o leite com a bombinha e guarde na geladeira, por até 24 horas. Lembre-se de que a mamadeira deve estar bem limpa”, orienta Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.

2. “Vou voltar a trabalhar e quero continuar amamentando meu filho. Qual o melhor momento para realizar a retirada o leite?”

Primeiramente, é importante que a mãe consulte o pediatra para que ele possa orientá-la e acompanhá-la sobre como proceder para manter a amamentação. Assim, você poderá continuar alimentando o seu bebê com o seu leite de forma segura, mesmo tendo que ficar longe dele. “Nos últimos 15 dias da licença, a mãe pode começar a retirar o seu leite e estocá-lo no freezer ou congelador, de preferência em pequenas quantidades, para que haja um estoque pronto a ser dado ao bebê quando ela começar a trabalhar. A mãe pode amamentar em uma mama e coletar o leite na outra. Também, pode retirar o leite e depois amamentar seu bebê – a sucção dele é mais eficiente para extrair o leite. Ela pode fazer a retirada mais de uma vez ao dia, conforme a quantidade de leite extraída. Ressalto a importância de consultar o pediatra ou um profissional da saúde que tenha habilidade em orientar a ordenha, com técnicas de higiene adequadas, e como armazenar o leite”, explica a pediatra Silvana Nader, Secretária do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Outra estratégia as mães que voltam ao trabalho poderiam tentar é deixar os horários mais flexíveis para que possam amamentar. “Leve o bebê pequeno com você ao trabalho, ou peça para alguém levá-lo até você para ser amamentado. Converse com seu chefe sobre a possibilidade de ter maior flexibilidade nos horários de trabalho, como chegar mais tarde e sair mais cedo. Explique ao seu patrão e a seus colegas a importância de amamentar, explique especialmente que o leite materno protege seu filho, que ficará menos doente, e que, assim, você faltará menos ao trabalho e estará mais contente. Explique tudo isso, também, aos seus familiares”, diz Nader.

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3. “Meu filho só quer mamar em um peito. Isso pode ser um problema?”

Mamar em apenas um seio não irá acarretar problemas para o bebê. “Na verdade, apenas uma mama é suficiente para alimentar um bebê de forma exclusiva (só peito e mais nada) até os seis meses e depois de forma complementada, com alimentos saudáveis, até pelo menos 2 anos. Não é a toa que amamentar gemelares é totalmente possível, é como se uma mama fosse “de reserva”. Portanto, não há problemas para o bebê em mamar apenas uma mama. Alguns costumam preferir a esquerda, pois fica mais próximo do coração e o som dos batimentos poderá lembrá-lo da vida intrauterina e acalmá-lo. Para a saúde materna, não há grandes repercussões, entretanto esse processo poderá resultar em assimetria, de tal forma que a mama estimulada provavelmente terá tamanho diferente da contralateral. Além disso, a falta de estímulo certamente resultará em baixa ou ausência de produção láctea da mama em questão. A situação ideal é que o bebê tenha as duas mamas à disposição, pois em caso de intercorrências mamárias (fissuras, mastites, etc), havendo necessidade de repouso provisório, o aleitamento poderá ser mantido com a mama sadia. Desta forma, o ideal é que a mãe que está vivendo este tipo de situação procure seu pediatra, que deverá ter capacitação e experiência em dificuldades da amamentação, para que o mesmo possa fazer uma avaliação mais completa e orientá-la adequadamente para que ambas as mamas sejam igualmente utilizadas”, explica o pediatra Dr. Luciano Borges Santiago, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

4. “Tenho bastante leite, mas minha filha ainda não consegue sugá-lo. Ouvi dizer que se eu deixar meu bebê mamar em outra mulher ele aprenderia a fazer a sucção e eu ainda esvaziaria meus seios ao amamentar o bebê da outra pessoa. Por isso, gostaria de saber se posso realizar a “mamada cruzada”, quando uma mulher amamenta o filho de outra mãe?”

No dia a dia esta prática não é recomendada. “A chamada ‘mamada cruzada’ pode ser realizada apenas em situações nas quais existe o risco de o bebê ficar desidratado caso não mame”, explica o pediatra Luciano Borges, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria. Se a mãe tiver muito leite nos seios, seu filho ainda não conseguir mamar e ela não for capaz de ordenhar este leite, pode procurar ajuda profissional. “O banco de leite é um ótimo lugar para elas irem, pois lá vão receber atendimento para esvaziar os seios, já que se trata de um local de apoio à amamentação”, conta Borges. O principal risco da “mamada cruzada” são as infecções, que podem ser transmitidas tanto para o bebê quanto para a mulher que amamenta. “Os vírus do HIV e do HPV, que causa alguns tipos de câncer, são os principais que podem ser transmitidos durante a amamentação”, conta Borges.

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