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Bebida pode? Os mitos e verdades sobre consumo de álcool e amamentação

Apesar de não ser recomendado e exigir cuidados especiais, consumo moderado de álcool durante o período de aleitamento não é totalmente contraindicado

Por Luana Pazutti
25 jul 2024, 17h00
mulher sentada diante de uma mesa, com foco na mão dela segurando um copo de cerveja que está sobre o móvel
A lactante deve esperar um intervalo de no mínimo duas horas entre o consumo de álcool e o aleitamento (Francesco Carta fotografo/Getty Images)
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A amamentação é uma das etapas mais importantes do desenvolvimento de um bebê. Durante os primeiros meses, o leite materno fortalece a imunidade e auxilia na prevenção de infecções, alergias, doenças e outros tipos de complicações.

Por isso, alguns cuidados são imprescindíveis nessa etapa — ainda mais quando envolvem inclusive o consumo de álcool. Afinal, todas as substâncias consumidas pela mãe, sejam boas ou ruins, podem chegar ao bebê pelo aleitamento.

Pode beber no período de amamentação?

Durante a gravidez, a tolerância ao álcool deve ser próxima de zero. Até mesmo doses esporádicas podem trazer danos irreversíveis à saúde do feto — como malformações congênitas — e da gestante. Quando o assunto é amamentação, o cenário muda um pouco.

Ao longo do aleitamento, o consumo de bebidas alcoólicas não é totalmente incompatível, mas também não deve ser estimulado. O consumo descuidado de álcool durante essa etapa pode causar agitação, alteração na qualidade de sono, fraqueza, ganho de peso e até mesmo complicações no sistema nervoso e no crescimento no bebê.

Se beber, espere para amamentar

A lactante deve esperar um intervalo mínimo de duas horas entre o consumo de álcool e o aleitamento. Quando o período necessário para a sua metabolização é descumprido, estima-se que até 1% do álcool ingerido seja passado para a criança por meio do leite materno.

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Contudo, dependendo do teor alcoólico da bebida, do organismo e da quantidade ingerida, isso varia: a substância pode permanecer no sangue por mais tempo. Por isso, logo após o parto, o recomendado é evitar bebidas alcoólicas. Nessa fase, os bebês costumam mamar muitas vezes. A recomendação, portanto, é aguardar pelo menos seis meses para tomar seu primeiro drinque.

Quantidade e frequência variam conforme a pessoa

Quanto maior o volume de álcool, mais tempo é necessário para metabolizá-lo. O peso da mulher também interfere. Quanto maior a massa corporal, menos tempo é preciso para efetuar a metabolização.

Uma pessoa com 60 kg leva de duas a três horas para metabolizar uma porção de bebida, como uma taça de vinho ou um copo de cerveja. Para os destilados, o intervalo de espera aumenta e pode chegar a treze horas, dependendo da quantidade. Quando a mãe avaliar que não conseguirá cumprir com o intervalo, a recomendação é não beber ou estocar o leite materno previamente.

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Outro ponto de atenção é a alimentação: a ingestão de bebidas alcoólicas sem se alimentar não é aconselhada. Medicações e condições clínicas, decorrentes ou não da gravidez, também podem ser motivos para contraindicar o consumo de álcool.

Bebidas alcoólicas estimulam o aleitamento?

Isso é um mito. O álcool não traz benefícios para a lactação. Pelo contrário, a substância inibe a ação do hormônio prolactina, responsável pela produção do leite. Além disso, o consumo de bebidas alcoólicas também pode provocar alterações no cheiro e no sabor do leite materno, levando à recusa por parte da criança.

É sempre bom ressaltar: se consumido em excesso, o álcool pode provocar alterações no sistema nervoso central da lactante, afetando tanto a própria saúde quanto a do bebê.

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