Introdução alimentar sem erro: como e quando fazer?
Pelo menos até o sexto mês, a criança não precisa de nada além do leite materno. Mas, e depois?
O leite materno é a melhor maneira de manter um bebê nutrido. E, nos primeiros meses de vida, ele também deve ser o único alimento, salvo por problemas excepcionais de saúde da mãe ou do bebê. Mas, depois de um tempo, é inevitável: chega a hora da introdução alimentar, etapa que costuma gerar muitas dúvidas nos pais.
Afinal, como fazer essa transição tão importante para o futuro da criança? Que cuidados devem ser tomados e qual o papel da amamentação nesse processo? A seguir, explicamos um pouco mais sobre tudo isso.
Quando e como fazer a introdução alimentar
“A introdução alimentar só deve ser iniciada após o sexto mês de vida”, explica a pediatra Raquel Dutra, do Hospital Angelina Caron, no Paraná. Esse limiar ocorre porque é geralmente nesse momento que o bebê desenvolve os chamados sinais de prontidão, como a capacidade de manter a cabeça firme e se sentar sem a necessidade de um apoio.
Os seis meses são uma regra geral, mas não quer dizer que esse momento será o mesmo para todas as crianças: a introdução alimentar só deve ser iniciada após uma avaliação do pediatra, que confirma que é o momento adequado de fazer isso sem que haja riscos.
Quanto à forma de introduzir os alimentos, há dois métodos principais:
- Método tradicional: os alimentos são oferecidos inicialmente na forma pastosa, com auxílio de uma colher, e a textura vai progredindo aos poucos;
- Método BLW: alimentos sólidos são oferecidos diretamente na boca do bebê, com um corte e textura corretos que precisam ser definidos com ajuda de pediatra e nutricionista;
“O mais importante não é o método, e sim o aprendizado que o bebê vai desenvolver com esse primeiro contato”, enfatiza Dutra. “Ele vai desenvolver o paladar, habilidades, diferenciar texturas e aprender a manipular o alimento na boca. Isso é o mais importante”.
Devo ter cuidado com as alergias?
“Não devemos deixar de oferecer nenhum alimento pelo medo da alergia, pois nessa fase o bebê está dentro de uma janela imunológica”, destaca a médica. O cuidado a se tomar é, principalmente, dar porções pequenas de alimentos potencialmente alergênicos – e manter uma observação atenta da criança após a ingestão.
A prioridade é sempre oferecer alimentos frescos, com grande variedade de frutas e verduras, e jamais dar comidas adoçadas artificialmente. O mel também deve ser evitado.
Conte sempre com apoio de um pediatra em todas as fases da introdução alimentar e para resolver imprevistos que podem surgir nesse processo. “O pediatra orienta sobre os sinais de alergia e como proceder caso eles aconteçam”, reforça Raquel.
Como fica a amamentação?
Mesmo com a introdução alimentar em andamento, a amamentação deve seguir normalmente. A base da alimentação da criança continua sendo o leite materno.
No início, o bebê vai ingerir uma quantidade muito pequena de alimentos, incapaz de fornecer a nutrição necessária para sustentá-lo. Com o tempo, a quantidade de comida ingerida vai aumentando, e a necessidade por leite tende a diminuir naturalmente. Mas esse é um processo lento e gradual, e não há necessidade de apressá-lo!