Você já pensou em doar leite materno?
“Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho: Doe leite materno!”. Saiba mais sobre a campanha nacional de incentivo à doação de leite materno
Amamentar vai além da nutrição e traz benefícios para toda a vida. O leite materno fortalece a proteção imunológica contra doenças infecciosas e também atua no desenvolvimento afetivo e psicológico entre a mãe e o bebê, além de reduzir em até 13% a mortalidade de crianças menores de 5 anos por causas evitáveis. Para recém-nascidos prematuros ou de baixo peso, o aleitamento materno é ainda mais importante, porque ajuda a aumentar as chances de recuperação do bebê.
Mas, por diversas razões, nem todas as mulheres podem amamentar seus filhos. Por isso, doar leite materno a um banco de leite humano é um gesto que salva vidas, dando a oportunidade de os bebês prematuros ou de baixo peso internados nas unidades neonatais receberem os benefícios desse alimento.
A campanha
No dia 19 de maio, Dia Nacional de Doação de Leite Humano, o Ministério da Saúde lançou a campanha que leva luz ao tema. Com o slogan “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho: Doe leite materno!”, a ação tem como objetivo estimular mulheres que amamentam a doar seu leite aos bancos de leite humano ou postos de coleta de leite humano. A meta do ministério para 2023 é ampliar as doações para atender, pelo menos, 60% da demanda por leite humano no país, o equivalente a uma coleta total de 245 700 litros. Em 2022, 197 000 mulheres doaram leite materno e, com volume total de 234 000 litros coletados, 222 000 bebês prematuros ou de baixo peso internados nas unidades neonatais foram beneficiados.
A ação faz parte de uma trajetória de sucesso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo, sendo referência internacional por utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta qualidade e tecnologia. São 227 bancos de leite humano e 240 postos de coleta distribuídos em todos os estados brasileiros. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio de parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e atualmente integra a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC).
Será que eu posso doar?
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano. Para contribuir, é preciso estar saudável e não estar usando nenhum medicamento que interfira na amamentação. A assistência na hora da doação também é completa e, ao fazer o cadastro no banco de leite humano, a mulher já recebe orientação sobre como extrair o seu leite. Além das ações de coleta, processamento e distribuição do leite humano, os bancos e postos oferecem acolhimento e prestam assistência a mulheres, crianças e famílias na prática do aleitamento materno.
Graziella Valente, doadora de leite materno, relata como foi sua experiência após dar à luz sua filha Maitê em Brasília (DF): “Logo que pari, minha filha foi para a UTI, e com isso eu ordenhava para ela e para o banco de leite do próprio hospital. Então, a doação começou ali mesmo. Assim que recebemos alta, ela já mamava no peito, mas eu tinha muito leite, então tirava em média 100 ml por dia destinados à doação”. Ela ressalta que o processo é muito simples. “A equipe deixava em minha casa os recipientes vazios e levava os cheios. Essa coleta era feita uma vez por semana.”
É importante dizer que qualquer quantidade pode ajudar. Um pote de 200 ml pode alimentar até dez bebês prematuros ou de baixo peso internados nas unidades neonatais, por dia. “Leite materno é vida! E a campanha vem mostrar isso e sensibilizar as pessoas a serem solidárias com um ato tão simples e que pode fazer a diferença em milhares de lares”, finaliza Graziella.
Para encontrar o banco de leite humano mais próximo, basta ligar para o telefone 136 ou acessar o site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.