Saiba quando as picadas de inseto são perigosas para as crianças
Das mais leves às que deixam ferrões na pele, aprenda o que fazer se seu filho for atingido e como reconhecer reações alérgicas.
Verão no Brasil é praticamente sinônimo de pernilongo, muriçocas e uma lista infinita de outros insetos que podem escolher a pele humana como próximo alvo. O repelente ajuda, mas é praticamente inevitável que a criança leve uma picada um dia.
Bom, em primeiro lugar, vale dizer que nem sempre isso é um problema. “Os pernilongos e mosquitos, que geralmente são os que nos picam, dificilmente provocam reações graves”, explica Kelly Oliveira, pediatra autora da página Pediatra Descomplicada, no Facebook.
Se um episódio do tipo ocorrer, pode haver coceira, dor, leve inchaço local e, no máximo, uma bolha ou secreção aparece. Neste caso, basta higienizar bem a picada com água e sabão e as mãos antes de mexer ali, pois o buraquinho é porta de entrada para bactérias que causam infecções. “É difícil falar para uma criança não coçar, mas a coceira carrega micro-organismos que aumentam o risco da ferida infeccionar”, alerta Kelly.
Já insetos como abelha e marimbondo exigem mais cuidado, pois podem disparar crises de alergia e deixar seu ferrão na pele. A recomendação aqui é não espremer ou cutucar a ferida, pois isso faz com que o ferrão penetre ainda mais na pele e piore a situação. Se não souber como retirar ou ele não estiver totalmente visível, o ideal é procurar atendimento médico.
As formigas, assim como as espécies acima, também têm potencial para provocar reações mais sérias. E, mesmo se a criança não tiver alergia, vale ficar atento mesmo assim. “A primeira crise pode ser mais discreta, mas evoluir para episódios graves nas próximas picadas”, comenta Kelly.
Reconhecendo a alergia a picadas
Ela varia de intensidade, mas no geral a pele ao redor fica bem vermelha, a dor é intensa e o problema é generalizado. “Sintomas como falta de ar, rouquidão, inchaço nas mucosas como a boca e os olhos, náuseas e vômito exigem atenção”, ensina Kelly.
A criança pode, ainda, apresentar batimentos cardíacos acelerados, desmaiar e ter placas avermelhadas que coçam muito em outros locais do corpo. Na presença desses sinais, dê o antialérgico sob orientação do pediatra – caso a alergia já seja conhecida – e procure atendimento médico.
“Mesmo se a criança já estiver medicada os pais devem ir ao hospital, pois não necessariamente o remédio barrará a reação”, destaca a pediatra.
Como aliviar picada de pernilongo
Em geral, as lesões mais simples regridem sozinhas em poucos dias sem muitas repercussões, mas é possível tomar algumas medidas caso elas estejam incomodando. “O gelo alivia a coceira e, além das pomadas com antialérgico, outras mais naturais, à base de aloe vera e arnica, por exemplo, também amenizam o desconforto”, orienta Kelly.
Prevenindo
Nem sempre dá para impedir uma abelha de cruzar o seu caminho, mas pelo menos os pernilongos e algumas outras espécies são afastadas com o uso adequado do repelente. Como ele não pode ser usado antes dos seis meses, nesta fase a proteção deve ser feita com barreiras físicas como mosquiteiros no berço e carrinho, roupinhas e protetores de tomada no quarto.
Já nos maiorzinhos, durante o dia o repelente deve ser aplicado por cima do protetor solar e reaplicado conforme a instrução do fabricante.