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Risco de microcefalia relacionada ao zika é maior no primeiro trimestre da gravidez, aponta estudo

O levantamento está sendo realizado por pesquisadores brasileiros e americanos e conta com 165 mães de crianças com microcefalia e 446 mulheres cujos filhos nasceram sem a malformação.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 26 out 2016, 11h38 - Publicado em 6 abr 2016, 15h40

Nesta terça-feira (5), novos números sobre a microcefalia no Brasil foram divulgados pelo Ministério da Saúde (MS). Segundo a pasta, 4.046 casos estão em investigação para a malformação. Até o dia 2 de abril, 1.046 bebês tiveram o diagnóstico de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso confirmado, o que sugere infecção congênita. A relação com o vírus zika já foi comprovada, por exames laboratoriais, em 170 desses casos. 

Enquanto isso, cientistas do país e do mundo pesquisam a fundo a relação entre o zika e a malformação cerebral. No Brasil, um time de estudiosos do MS e do governo da Paraíba trabalha em conjunto com especialistas americanos do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para entender esse elo. O levantamento ainda não foi concluído, mas até agora os experts entrevistaram 165 mães de bebês microcéfalos e 446 mulheres cujos filhos nasceram sem o problema. Todas as participantes são paraibanas e seus pequenos têm entre 0 e 7 meses de vida.

Os resultados preliminares da pesquisa demonstram que mães que foram infectadas pelo zika no primeiro trimestre de gestação apresentaram maior probabilidade de ter crianças com microcefalia. Nessa primeira fase do trabalho, os cientistas não encontraram qualquer associação da malformação com a exposição a inseticidas, por exemplo. De qualquer forma, os estudos continuarão a ser feitos. “Somente após o processamento das amostras de sangue coletadas, comparando os casos e os controles, é que poderemos estimar com mais clareza o risco de ser acometido pela doença e a relação do zika com a microcefalia”, diz o assessor da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.

“Consenso forte”

No dia 31 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que cientistas do mundo inteiro estão convictos de que o vírus zika é capaz de causar defeitos congênitos, como microcefalia, e a síndrome de Guillain-Barré, que afeta o sistema nervoso central e pode levar à paralisia.

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A declaração é a mais forte da entidade até agora no reconhecimento da relação entre o agente infeccioso e seus efeitos. “Com base em estudos observacionais e de caso-controle, há um forte consenso científico de que o vírus zika é a causa da síndrome de Guillain-Barré, da microcefalia e de outras desordens neurológicas”, disse a OMS.

Zika mapeado 

Mais um passo importante na luta contra esse vírus: pesquisadores da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, conseguiram identificar, pela primeira vez, a estrutura genética do zika. A descoberta é importantíssima para o estudo de tratamentos e vacinas eficazes contra o micro-organismo. 

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